A EDP anunciou a venda de 48 milhões de euros de défice tarifário. Esta operação diz respeito ao défice tarifário de 2015, relativo ao sobrecusto com a produção em regime especial, anunciou a companhia esta terça-feira, 13 de Dezembro.
"O défice tarifário de 2015 resultou do diferimento por cinco anos da recuperação do sobrecusto de 2015 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial, incluindo os ajustamentos de 2013 e 2014", pode-se ler no comunicado enviado à CMVM.
A dívida tarifária ascende actualmente a 4,7 mil milhões de euros, mas deverá recuar para 4,3 mil milhões de euros no próximo ano.
Esta é uma forma de a EDP encaixar imediatamente este valor, não tendo de esperar anos para receber o dinheiro. Só nos últimos meses a energética encaixou mais de mil milhões de euros, com a venda de várias parcelas, onde se destacam
200 milhões de défice,
73 milhões,
300 milhões,
600 milhões e
100 milhões de euros.
O Governo já previu que a dívida tarifária só ficará resolvida em 2025/2026, mas só "se correr bem", "nunca antes disso", e "pode até correr mal", segundo o
secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.
O serviço da dívida vai crescer 0,7% entre 2016 e 2017 para 1,784 mil milhões de euros, um "nível historicamente alto", na avaliação da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Os custos associados à dívida são precisamente uma das razões pelas quais a
factura da electricidade vai subir 1,2% no próximo ano.
O défice tarifário de 2016 resultou do diferimento por cinco anos da recuperação do sobrecusto de 2016 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial, conforme sublinha a eléctrica.
O Governo anunciou recentemente que os juros da dívida tarifária gerada em 2017 serão de 1,88%, os mais baixos de sempre, o que vai permitir gerar uma poupança de 20 milhões para o sistema eléctrico nacional. Em 2012, estes juros atingiram os 6,32%, descendo para os 2,24% em 2016.
O
secretário de Estado da Energia afirmou que a redução dos juros "é a primeira fase" do esforço para "encontrar formas menos onerosas para estes sobrecustos associados ao sistema eléctrico nacional".