Notícia
Totta apanhado no «escândalo» da Parmalat
O Banco Totta & Açores também está a ser afectado pelo “escândalo” Parmalat, cuja falência foi declarada no dia 27 de Dezembro. Isto porque a sucursal do banco português nas ilhas Caimão terá emitido, em Julho do ano passado, quando a situação financeira
O Banco Totta & Açores também está a ser afectado pelo "escândalo" Parmalat, cuja falência foi declarada no dia 27 de Dezembro. Isto porque a sucursal do banco português nas ilhas Caimão terá emitido, em Julho do ano passado, quando a situação financeira da Parmalat já era muito complicada, títulos indexados à Parmalat no montante de 290 milhões de euros.
Segundo avançou ontem a Bloomberg, a UBS concedeu à Parmalat Finanziaria, em Julho, um empréstimo de 420 milhões de euros. Deste montante, a empresa italiana investiu 290 milhões de euros em títulos emitidos pela sucursal do Totta nas ilhas Caimão, tendo acordado a compensação deste valor no caso de uma "derrapagem".
Com isto, a Parmalat conseguiu alguma liquidez – 130 milhões de euros–, que lhe permitiria aliviar problemas imediatos. No âmbito desta operação, o Totta acordou a entrega dos 290 milhões de euros à UBS, o maior banco da Europa, em termos de activos, caso a falência da Parmalat fosse decretada.
Contactada pelo Jornal de Negócios, fonte oficial do Totta escusou-se a comentar operações de clientes. David Walker, porta-voz da UBS, citado pela Bloomberg, confirmou estas transacções, adiantando que "neste tipo de empresas, operações estruturadas deste tipo não são de forma alguma inapropriadas".
Ainda no âmbito desta operação, a UBS adquiriu seguros de "default" para os 130 milhões de euros da referida emissão que ainda estão nas mãos da Parmalat. No início deste mês, um porta-voz da UBS adiantava que a UBS detinha 420 milhões de euros de títulos Parmalat, sendo que não registava, em relação a esta operação, qualquer perda "material" pois tinha sido efectuada a respectiva cobertura de risco.
No seu relatório semestral, a Parmalat fez referência a uma emissão obrigacionista efectuada em Julho, pela Parmalat Finance, que vence em Julho de 2008, organizada e subscrita pela UBS, que libertou fundos de 130 milhões de euros. O custo líquido da emissão situou-se abaixo da Euribor.