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«Buraco» financeiro da Parmalat pode ascender a 9 mil milhões de euros

A Parmalat, que deverá em breve apresentar um pedido de falência, poderá ter um «buraco» financeiro superior ao que se estimava. A empresa italiana, que deverá apresentar hoje um pedido de falência, não consegue comprovar fundos de 9 mil milhões de euros

23 de Dezembro de 2003 às 09:56
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A Parmalat, que deverá em breve apresentar um pedido de falência, poderá ter um «buraco» financeiro superior ao que se estimava. A empresa italiana, que deverá apresentar hoje um pedido de falência, não consegue comprovar fundos de 9 mil milhões de euros que estão registados nas suas contas.

Uma fonte próxima do processo disse à Bloomberg que cerca de 9 mil milhões de euros em fundos que estão registados na contabilidade da companhia não estão documentados, por isso a empresa não consegue comprovar a sua existência.

Na sexta-feira a Parmalat tinha anunciado que o Bank of América negava a existência de uma conta da Bonlat, filial da empresa italiana, no valor de 3,9 mil milhões de euros. As irregularidades na Parmalat podem assim ser mais que o dobro do previamente reportado.

A empresa italiana deverá apresentar hoje em tribunal um pedido de falência e protecção de credores, naquele que poderá ser o maior escândalo financeiro de Itália desde 1993, quando a Ferruzzi Finanziaria faliu com 20 mil milhões de euros de dívidas.

As autoridades judiciais italianas estão já a investigar o caso, com os procuradores a interrogar os antigos presidentes da companhia incluindo o ex-presidente e «dono» da empresa, Calisto Tanzi, numa investigação iniciada com a busca e apreensão de documentos nas empresas responsáveis pela auditoria das contas do grupo, a Grant Thornton e a Deloitte & Touche.

Francesco Greco é o procurador responsável pelas investigações à Parmalat. Este responsável também investigou alegadas irregularidades contabilísticas do actual primeiro-ministro Sílvio Berlusconi e teve um papel determinante na operação «mãos limpas» de decorreu no inicio dos anos 90.

As acções e as obrigações da Parmalat estão de novo suspensas, mas ontem negociaram em leilão no final da sessão, fechando com um valor de 11 cêntimos, menos 63% que na véspera. A Parmalat está agora avaliada em 89,7 milhões de euros.

O espectro de falência da Parmalat ameaça os 36 mil postos de trabalho da empresa, bem como o pagamento de 2 mil milhões de euros em empréstimos, mais 4 mil milhões de euros em obrigações. O Capitália e o Banco Intesa, accionista do BCP, são os bancos mais expostos à Parmalat, com 900 milhões de euros.

«Ainda só vimos a ponta do Iceberg», disse um gestor de fundos à Bloomberg, comentado o este processo, que muitos já comparam à falência da Enron.

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