O Governo italiano aprovou hoje um decreto que vai facilitar a reestruturação da Parmalat, após a declaração de falência e protecção de credores, prevista para esta semana.

O ministro da indústria de Itália, António Marzano, anunciou que com este procedimento, o Governo pode nomear um gestor para iniciar a recuperação da Parmalat muito mais rápida.

«O objectivo desta lei não é proteger os accionistas ou os gestores, mas sim salvaguardar o emprego», afirmou o ministro, após uma reunião de Conselho de Ministros.

A Parmalat, perto de apresentar falência, não consegue documentar cerca de 9 mil milhões de euros de fundos registados na sua contabilidade nem cumprir as suas obrigações financeiras, como o pagamento de empréstimos e obrigações.

Este caso é o maior escândalo financeiro na Europa depois da retalhista holandesa Ahold ter inflacionado os lucros.

O membro do Executivo italiano está ainda a pressionar a União Europeia, para que esta suspenda as regras que impedem ajudas estatais a empresas em dificuldades.

O Governo italiano vai aprovar no início do próximo ano um decreto para que os pagamentos da Parmalat, maior empresa alimentar de Itália, aos produtores. A companhia emprega mais de 35 mil trabalhadores em todo o mundo, 10% dos quais em Itália.

A Comissão Europeia já anunciou que todas as ajudas do Governo à Parmalat terão de ser aprovadas por Bruxelas. Usualmente uma companhia que receba ajudas estatais terá de vender activos e reduzir quota de mercado, para não distorcer a concorrência.

O primeiro-ministro italiano já tinha afirmado que iria assegurar a manutenção dos postos de trabalho da Parmalat.