Henrique Granadeiro apontou esta sexta-feira ao Sindicato de Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) que a operadora irá tentar manter a política de dispensas negociadas que tem seguido até ao momento e que tudo fará para evitar despedimentos colectivos. Mas Jorge Félix, líder do STPT, também ouviu "um ‘recado’ bem claro": Se a regulação apertar, não haverá como evitar os despedimentos.

O dirigente sindical apontou ao Jornal de Negócios online que a reunião desta sexta-feira com Henrique Granadeiro serviu "para perceber até que ponto" é que o "fantasma" do despedimento colectivo levantado pelo presidente da PT "não seria apenas uma forma de pressão ou se era mesmo uma intenção", tendo o líder da operadora referido à STPT que, pelo menos em 2008, as dispensas de trabalhadores da PT serão negociadas.

"A empresa por vontade própria não irá fazer despedimentos colectivos, e tudo fará para que os ‘cortes’ sejam negociados" apontou Jorge Félix sobre as impressões que trocou com Henrique Granadeiro. "Mas o recado é claro, se os reguladores nacionais e internacionais ‘apertarem’", nomeadamente com a questão da separação funcional, "a PT fica em sérias dificuldades e o despedimento colectivo poderá avançar", disse ainda sobre as ideias transmitidas pelo CEO da incumbente.

Jorge Félix também apontou que Henrique Granadeiro sublinhou que caso a Portugal Telecom consiga que mais operadores partilhem os custos suportados pela empresa com o serviço universal das telecomunicações então "os ganhos financeiros desta partilha poderiam ser totalmente canalizados para o investimento das redes de nova geração", ou seja, a fibra óptica.