A British Petroleum (BP) abandonou o objetivo de cortar na produção de petróleo e gás até 2030, com o CEO, Murray Auchincloss, a dar um passo atrás na estratégia para a transição energética a fim de recuperar a confiança dos investidores, noticia, esta segunda-feira, a Reuters.

Segundo a agência, que cita três fontes conhecedoras do processo, a empresa, cotada em Londres, tem agora a mira apontada a uma série de investimentos no Médio Oriente e no Golfo do México com vista a impulsionar a sua produção de petróleo e gás.

Em 2020, quando foi anunciada, a estratégia da BP ao nível da transição energética foi descrita como uma das mais ambiciosas do setor, já que a petrolífera ambicionava cortar a produção  em 40% com o aumento, simultâneo e rápido, das energias renováveis até ao final da década. Em fevereiro, porém, a BP deu os primeiros sinais no sentido de  "aligeirar" o objetivo inicial, apontando antes para uma redução de 25% até 2030. Tal significaria, segundo a Reuters, que ficaria a produzir dois milhões de barris por dia no final da década, atendendo assim ao foco dos investidores nos resultados de curto prazo em detrimento da transição energética.

O canadiano Murray Auchincloss, que assumiu a presidência executiva da BP em janeiro, tem estado sob pressão para travar a queda do preço das ações da gigante petrolífera, cujo desempenho tem sido inferior aos dos principais rivais pelo menos do que vai desde o início do ano, com os investidores a colocarem em causa nomeadamente a capacidade de a empresa de conseguir gerar lucros sob a atual estratégia, indica a Reuters.