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BP vai despedir quase 5.000 pessoas em 2025. Perde 5% da força laboral para cortar custos

Os despedimentos agora anunciados abrangem todas as divisões da BP e deverão ser executados em 2025. A BP conta atualmente com 90.000 trabalhadores.

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O CEO da petrolífera britânica BP, Murray Auchincloss, anunciou esta quinta-feira que a empresa vai despedir cerca de 4.700 trabalhadores, uma decisão que faz parte da estratégia para reduzir custos. Com este despedimento, a BP perderá mais de 5% da sua força laboral total. 

O presidente executivo da petrolífera anunciou também à sua equipa que outras 3.000 pessoas que trabalham para empresas contratadas pela BP também serão dispensadas. Destas, 2.600 já deixaram mesmo os seus postos de trabalho. As medidas foram reveladas num memorando interno ao qual a Reuters teve acesso. 

Além dos cortes nos trabalhadores, a empresa também decidiu parar cerca de 30 projetos desde junho do ano passado para se focar naqueles que geram mais lucros. "Eu entendo e reconheço a incerteza que isto traz para todas as pessoas cujo trabalho pode estar em risco, e também o efeito que isso pode ter nos colegas e equipas", escreveu Auchincloss no no mesmo memorando, enviado por e-mail. 

Em 2024, Murray Auchincloss tinha já prometido reduzir os custos da empresa britânica em pelo menos dois mil milhões de dólares até o final de 2026, como parte da estratégia para aumentar os lucros, num momento em que os investidores se mostram preocupados sobre a aposta na transição energética ser sinónimo de maus resultados financeiros. 

A decisão surge também depois do escândalo que levou o anterior CEO, Bernard Looney, a renunciar ao cargo devido a relacionamentos com funcionários que não foram devidamente informados, à semelhança do que que aconteceu recentemente com Filipe Silva, ex-CEO da Galp, em Portugal.

Os despedimentos agora anunciados abrangem todas as divisões da BP e deverão ser executados em 2025. A BP conta atualmente com 90.000 trabalhadores.


"Ainda temos muito para fazer este ano, no próximo e mais além, mas estamos a fazer um grande progresso à medida que posicionamos a BP para crescer como uma empresa mais simples, mais focada e de maior valor", disse Auchincloss no memorando, alertanto, no entanto, que os despedimentos anunciados são uma meta para este ano, o que não descarta a possibilidade de mais pessoas serem dispensadas no futuro. 

De acordo com o Financial Times, as ações da BP subiram quase 2% na manhã desta quinta-feira, superando a maioria dos seus pares energéticos europeus do Stoxx Europe 600 Energy Index, que subiu 0,2%. No entanto, desde que Auchincloss se tornou CEO há um ano já caíram 5%. O preço das ações da BP está assim atrás de empresas concorrentes, como a Shell, ExxonMobil e Chevron. De acordo com a Bloomberg, a BP vale hoje menos da metade do que a Shell. 

Face a esse cenários, os investidores querem ver mudanças na estratégia da empresas e esperam que o CEO anuncie em fevereiro  um novo fôlego no negócio petrolífero e do gás. O anúncio de milhares de despedimentos surge depois de a BP ter adiado a atualização do seu plano estratégico, que estava programada para o mês de fevereiro (seria em Nova Iorque, mas passou para Londres também), para dar a Auchincloss mais tempo para recuperar de uma intervenção cirúsgica a que foi submetido. 

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