Depois de um ciclo de cinco dias de greve parcial, os vários sindicatos que representam os trabalhadores da NAV avançaram para um pré-aviso de greve para os próximos dias 11, 17, 18, 24 e 25 de Maio, em três períodos de duas horas por turno (das 7h00 às 9h00, das 14h00 às 16h00 e das 21h00 às 23h00, hora do Continente e da Madeira), abrangendo no dia 25 também os trabalhadores em horário regular. Já amanhã, o primeiro dia de greve, estavam previstos um total de 152 voos no aeroporto de Lisboa, nos três períodos da paralização, sendo que 79 são chegadas e 73 são partidas.

Em Faro serão 42 voos afectados, sendo que 20 são chegadas e 22 são partidas, enquanto no aeroporto Francisco Sá Carneiro são afectados 63 voos, sendo que 33 são chegadas e 30 são partidas.

No aeroporto de Ponta Delgada serão afectados 37 voos 19 chegadas e 18 partidas – no total dos três períodos. A Anam informa que no aeroporto do Funchal sao afectados mais 17 voos no período da greve

A companhia mais afectada é a TAP, uma vez que é a que tem mais voos. Amanhã, a companhia de bandeira informou que irá cancelar 77 voos e antecipou 26, segundo a última informação disponível no site. No entanto, a companhia assegurou que todos os passageiros ficarão protegidos.

A portuguesa SATA irá cancelar dois voos, no entanto serão afectados 7 voos.

A segunda maior companhia aérea a voar para Lisboa, o maior aeroporto nacional, a Easyjet vai cancelar 18 voos, afectando 4.800 passageiros. Aos passageiros cujo voo foi cancelado, a easyJet diz garantir “oferecer reembolso ou a alteração do voo gratuitamente”.

As várias companhias têm as últimas informações sobre os voos afectados por esta greve nos seus sites.

Se não alterou o seu voo e ele ocorre no período da greve consulte o estado do voo antes de ir para o aeroporto. Ou contacte atempadamente a companhia aérea.

Sindicatos em braço de ferro com o Governo

Os trabalhadores da NAV começam amanhã um conjunto de cinco dias de greve. Os controladores de tráfego aéreo acusam o Governo de “decisões políticas erradas” que conduziram a “perdas milionárias no potencial de receitas e de exportações da NAV Portugal”.

Em comunicado, o coordenador da comissão de trabalhadores da NAV, Carlos Felizardo diz: “perante os alertas que temos feito, a única resposta que temos tido do Governo tem sido o silêncio, a greve de todos os trabalhadores da NAV Portugal tornou-se no último recurso disponível”.

O responsável sublinhou ainda que “mais incompreensível, ainda, é que estes erros foram agravados para o período 2012-2014, provocando uma perda de receitas em exportações de cerca de 25 milhões de euros por ano. Uma situação irracional que lesa o interesse nacional, da empresa e de todos os seus trabalhadores”. Os controladores de tráfego aéreo mostram-se irredutíveis quanto ao cancelamento da greve até que o Governo tome uma decisão. O Negócios contactou o ministério da Economia, que tutela a NAV, este não quis comentar a situação.

Os trabalhadores estão contra a redução de custos imposta pelo Governo. No mesmo comunicado, o sindicato refere que “as medidas de redução de custos em vigor terão como consequência uma redução de cerca de 75 milhões de euros de receitas até 2014”.

(notícia actualizada com dados da ANAM)