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Google conquista licença bancária na Europa

Os bancos tradicionais têm mais um rival: a Google obteve uma licença bancária na Lituânia, o que vai permitir à gigante tecnológica disponibilizar serviços financeiros em todo o Espaço Económico Europeu.

1. Google - com um valor de 245.581 milhões de dólares, reforça a liderança
Reuters
27 de Dezembro de 2018 às 10:53
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Foram já vários os responsáveis que alertaram para o perigo que as grandes plataformas digitais representam para a banca. E esta ameaça acabou de ganhar força: a Google obteve a primeira licença bancária. A gigante tecnológica pode agora disponibilizar serviços financeiros que até agora eram oferecidos pelas instituições financeiras tradicionais.

 

De acordo com o jornal espanhol El Economista, a gigante tecnológica pode agora operar como qualquer outra fintech no Espaço Económico Europeu. Isto depois de ter obtido a licença bancária na Lituânia, o país que é considerado mais permissivo e ágil neste tipo de processos.

 

Com esta autorização, a empresa norte-americana dá o primeiro passo para se transformar num banco, com funções limitadas em comparação com a banca tradicional, mas relevantes para o sector. A Google está agora em condições de processar pagamentos, remessas internacionais, assim como depósitos e transferências bancárias.

 

E a gigante poderá não só operar enquanto fintech na Lituânia, como em todo o espaço económico. O mesmo tipo de licença que já foi obtida pelo Facebook na Irlanda e pela Amazon no Luxemburgo, e em ambos os casos com alcance europeu.

 

As futuras incursões da Google no negócio bancário, que prometem aumentar ao longo do tempo, abrem a caixa de Pandora para a banca tradicional, que se depara cada vez mais com a entrada de novos "players" neste mercado e o aumento da concorrência. Muitos banqueiros pedem mesmo regras iguais tanto para os bancos como para as fintech, que ainda não são alvo de regulação.

 

Em Portugal, esta posição é partilhada pelos presidentes dos bancos nacionais. "As 'bigtech' [ou seja, Google, Amazon, Facebook e Apple] não precisam dos bancos, as plataformas são maiores, têm mais clientes e mais dinheiro, são claramente uma ameaça aos bancos", disse Pablo Forero, CEO do BPI, em Setembro. 

Também Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, assinalou que as extensas bases de dados das gigantes tecnológicas, aliadas a uma assinalável capacidade analítica e de processamento de dados colocam grandes desafios aos bancos.

Estes, apesar da reputação e do valor fiduciário, têm "bases de dados limitadas geograficamente em comparação com as das empresas tecnológicas à escala global e assentam em sistemas ‘legacy’ pesados, que se caracterizam pela pouca agilidade", referiu o governador, à data.

 

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