Notícia
Carlos Costa: Regulação europeia terá eficácia "limitada" com as big tech
Carlos Costa considera que os bancos vão ter de "redefinir os modelos de negócio" e modernizar os sistemas de informação se quiserem competir com as grandes plataformas.
22 de Outubro de 2019 às 10:26
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, alerta que é "uma questão de tempo" até às chamadas big tech chegarem ao mercado europeu e concorrerem diretamente com a banca tradicional. E que mesmo a regulamentação terá uma capacidade limitada para conter estes novos "players". Para o governador do banco central, os bancos têm de se ajustar a esta nova realidade e redefinir os modelos de negócio.
"Apesar de as big tech estarem de momento limitadas à Ásia-Pacífico e América do Norte, não nos podemos esquecer que têm vocação global e que a extensão ao mercado europeu é uma questão de tempo", refere Carlos Costa na conferência "Banca do Futuro", organizada pelo Negócios.
É o exemplo da Google e da plataforma Revolut que já obtiveram licenças bancárias para operar na Europa. Com esta autorização, deram o primeiro passo para se transformarem num banco, com funções limitadas em comparação com a banca tradicional, mas relevantes para o setor.
De acordo com o governador do banco central, o próprio quadro regulamentar europeu "terá uma eficácia limitada do ponto de vista da contenção" do surgimento destas grandes plataformas no mercado. Entidades que têm grande capacidade de análise de dados, ajustando a oferta de produtos e serviços ao perfil de cada cliente. "Os dados passaram a ser mais valiosos que o petróleo", nota o governador.
Perante esta mudança, os bancos têm de se adaptar. "Terá de haver um ajustamento do lado dos bancos", refere Carlos Costa, defendendo ainda que as instituições financeiras "terão de ser flexíveis e rápidos" a responder às necessidades do cliente.
Mas terão também de "redefinir os modelos de negócio" e apostar numa "transformação gradual do sistema de tecnologia de informação", de maneira a tornarem os seus sistemas "tecnologicamente mais modernos, menos custosos e mais 'user friendly'".
"Apesar de as big tech estarem de momento limitadas à Ásia-Pacífico e América do Norte, não nos podemos esquecer que têm vocação global e que a extensão ao mercado europeu é uma questão de tempo", refere Carlos Costa na conferência "Banca do Futuro", organizada pelo Negócios.
De acordo com o governador do banco central, o próprio quadro regulamentar europeu "terá uma eficácia limitada do ponto de vista da contenção" do surgimento destas grandes plataformas no mercado. Entidades que têm grande capacidade de análise de dados, ajustando a oferta de produtos e serviços ao perfil de cada cliente. "Os dados passaram a ser mais valiosos que o petróleo", nota o governador.
Perante esta mudança, os bancos têm de se adaptar. "Terá de haver um ajustamento do lado dos bancos", refere Carlos Costa, defendendo ainda que as instituições financeiras "terão de ser flexíveis e rápidos" a responder às necessidades do cliente.
Mas terão também de "redefinir os modelos de negócio" e apostar numa "transformação gradual do sistema de tecnologia de informação", de maneira a tornarem os seus sistemas "tecnologicamente mais modernos, menos custosos e mais 'user friendly'".