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Revolut conquista licença bancária na Europa
A fintech, que já tem mais de três milhões de clientes, passa agora a concorrer directamente com a banca tradicional. Com a licença bancária, obtida na Lituânia, passa a poder gerir depósitos e ceder crédito.
Há um novo banco na Europa. A fintech Revolut, que já conta com mais de três milhões de clientes, obteve uma licença bancária para operar no Velho Continente. Isto significa que, a partir de agora, pode começar a gerir depósitos e ceder empréstimos, concorrendo directamente com os bancos tradicionais.
"Com a licença bancária agora garantida, e prestes a entrar em cinco novos mercados internacionais, estamos a cumprir a reputação de ‘Amazon da banca’", afirmou Nik Storonsky, fundador e CEO da Revolut, citado pela Bloomberg. "A nossa visão é simples: uma ‘app’ com dezenas de milhões de utilizadores, através da qual é possível gerir todas as questões financeiras com o melhor valor e tecnologia", acrescentou.
Os clientes agora podem receber os seus salários na conta da Revolut e ainda fazer depósitos. Estes fundos estão protegidos pelo sistema de garantia de depósitos até 100 mil euros, o mesmo que acontece numa conta bancária tradicional. Além disso, passa a existir a possibilidade de contas a descoberto e ainda a cedência de empréstimos.
Até agora, os fundos que os clientes carregavam para as suas contas na Revolut tinham de ir para uma conta de um banco por não ter uma licença bancária que permitisse gerir os depósitos. Agora, com esta autorização, obtida através do banco central de Lituânia, a fintech passa a trabalhar lado a lado com as instituições financeiras, intensificando a concorrência numa altura em que os bancos estão a investir para acompanhar a digitalização do sector.
Apesar de já ter a licença, a Revolut também alerta que isto não a torna automaticamente num banco. "Vamos trabalhar com os reguladores nos próximos meses", referiu a fintech no comunicado oficial. "Vamos começar a testar a nova licença na Lituânia no próximo ano e assim que estivermos satisfeitos com o processo, queremos expandir para outros mercados europeus no final do ano", acrescentou.