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"Bigtechs" são a grande ameaça aos bancos

As grandes plataformas digitais têm mais clientes, mais dinheiro, mais informação e colocam grandes problemas concorrenciais. Mas os bancos incumbentes pedem o mesmo tratamento regulatório e de supervisão.

David Cabral Santos
Filipe S. Fernandes 26 de Setembro de 2018 às 10:00
As  "bigtech" "não precisam dos bancos, as plataformas são maiores, têm mais clientes e mais dinheiro, são claramente uma ameaça aos bancos", disse Pablo Forero, CEO do BPI.  

Carlos Costa assinalou  que as extensas bases de dados dos grandes gigantes digitais, aliadas a uma assinalável capacidade analítica e de processamento de dados, por parte da Google, Amazon, Facebook, Apple e Alibaba, colocam grandes desafios aos bancos incumbentes.
Estes, apesar da reputação e do valor fiduciário, têm "bases de dados limitadas geograficamente por comparação com as das empresas tecnológicas à escala global e assentam em sistemas ‘legacy’ pesados, que se caracterizam pela pouca agilidade".

Mas o que mais preocupa os banqueiros é a arbitragem regulatória e a "regulação sem precedentes", como disse Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos. "As condições de operação em mercado das ‘bigtech’, do ponto de vista concorrencial, colocam-nos muitíssimos problemas", alertou Miguel Maya, presidente executivo do BCP. Salientou que "o enquadramento regulatório está longe de ser um ‘level playing field’", ou seja, um enquadramento igual para todos os operadores.

O problema da regulação
Para Pablo Forero há uma situação de desequilíbrio quando a regulação para os bancos  é diferente e mais exigente do que para outras empresas que oferecem os mesmos serviços.

Os reguladores e os supervisores entendem que a regulamentação não pode matar a inovação. Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças, salientou que o mesmo fato não pode servir para duas realidades diferentes, que são as empresas tecnológicas com serviços financeiros e os bancos com serviços tecnológicos.

Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, afirmou, numa conferência realizada pelo Banco de Portugal, que o sector bancário "defende a concorrência", mas "pretende tratamento regulatório idêntico entre incumbentes e entrantes, preservando a confiança dos clientes e garantindo a segurança, a estabilidade financeira e a integridade do sistema", frisou.

Salientou que  as grandes plataformas digitais, possuem muita informação sobre os clientes, o que lhes permite oferecer produtos e serviços "feitos à medida", excluindo serviços financeiros incumbentes.

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