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"Bigtechs" são a grande ameaça aos bancos
As grandes plataformas digitais têm mais clientes, mais dinheiro, mais informação e colocam grandes problemas concorrenciais. Mas os bancos incumbentes pedem o mesmo tratamento regulatório e de supervisão.
Carlos Costa assinalou que as extensas bases de dados dos grandes gigantes digitais, aliadas a uma assinalável capacidade analítica e de processamento de dados, por parte da Google, Amazon, Facebook, Apple e Alibaba, colocam grandes desafios aos bancos incumbentes.
Estes, apesar da reputação e do valor fiduciário, têm "bases de dados limitadas geograficamente por comparação com as das empresas tecnológicas à escala global e assentam em sistemas ‘legacy’ pesados, que se caracterizam pela pouca agilidade".
O problema da regulação
Para Pablo Forero há uma situação de desequilíbrio quando a regulação para os bancos é diferente e mais exigente do que para outras empresas que oferecem os mesmos serviços.
Os reguladores e os supervisores entendem que a regulamentação não pode matar a inovação. Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças, salientou que o mesmo fato não pode servir para duas realidades diferentes, que são as empresas tecnológicas com serviços financeiros e os bancos com serviços tecnológicos.
Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, afirmou, numa conferência realizada pelo Banco de Portugal, que o sector bancário "defende a concorrência", mas "pretende tratamento regulatório idêntico entre incumbentes e entrantes, preservando a confiança dos clientes e garantindo a segurança, a estabilidade financeira e a integridade do sistema", frisou.