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Carlos Costa: "O facto de haver bancos a valer menos que fintech é motivo de reflexão"
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defende que a revolução tecnológica não é o único desafio dos bancos. Há ainda o peso do malparado que persiste nos balanços, mas também os requisitos regulatórios mais exigentes.
O facto de alguns bancos valerem menos em bolsa do que algumas fintech é "motivo de reflexão", defendeu o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Porém, o responsável também salienta que a digitalização não é o único desafio para as instituições financeiras. Há o peso do malparado, que ainda persiste nos balanços, mas também os requisitos regulatórios mais exigentes.
"O facto de alguns grandes bancos ‘tradicionais’, sujeitos a regulação intensa, valerem hoje menos em bolsa do que algumas FinTechs dá uma ideia das novas potenciais fontes de risco", afirmou Carlos Costa na conferência organizada esta terça-feira, 27 de Novembro, pelo Banco de Portugal sobre os "Quatro anos de Mecanismo Único de Supervisão: lições e desafios futuros".
Mas o digital, diz o governador do banco central, não é o "único desafio imediato". "Permanece na agenda os créditos não produtivos que persistem no balanço" e ainda o "cumprimento de requisitos regulatórios muito mais exigentes", nomeadamente o chamado MREL.
As declarações de Carlos Costa são feitas numa conferência que conta também com a presença da presidente do Conselho de Supervisão, numa altura em que se aproxima do fim o seu mandato de cinco anos. A partir do próximo ano, a Nouy vai ser substituída pelo italiano Andrea Enria.
O novo responsável pelo Mecanismo Único de Supervisão vai trabalhar directamente com Elisa Ferreira – a responsável chegou a ser apontada com uma das favoritas à presidência da entidade, mas acabou por decidir não apresentar a candidatura, como avançou, à data, o Negócios.
Para o governador do Banco de Portugal, o novo presidente terá dois desafios, enumerados por este quando discursou no Parlamento Europeu. Primeiro a necessidade de "separar claramente a supervisão da regulação", mas também de "densificar o processo decisório" dentro do mecanismo "para assegurar que a responsabilidade é partilhada e que começa nos problemas e conclui nas decisões".
"O facto de alguns grandes bancos ‘tradicionais’, sujeitos a regulação intensa, valerem hoje menos em bolsa do que algumas FinTechs dá uma ideia das novas potenciais fontes de risco", afirmou Carlos Costa na conferência organizada esta terça-feira, 27 de Novembro, pelo Banco de Portugal sobre os "Quatro anos de Mecanismo Único de Supervisão: lições e desafios futuros".
"Além disso, o desaparecimento da fragmentação no mercado financeiro europeu comporta um conjunto de desafios que não podemos ignorar", referiu ainda o governador do Banco de Portugal.
As declarações de Carlos Costa são feitas numa conferência que conta também com a presença da presidente do Conselho de Supervisão, numa altura em que se aproxima do fim o seu mandato de cinco anos. A partir do próximo ano, a Nouy vai ser substituída pelo italiano Andrea Enria.
O novo responsável pelo Mecanismo Único de Supervisão vai trabalhar directamente com Elisa Ferreira – a responsável chegou a ser apontada com uma das favoritas à presidência da entidade, mas acabou por decidir não apresentar a candidatura, como avançou, à data, o Negócios.
Para o governador do Banco de Portugal, o novo presidente terá dois desafios, enumerados por este quando discursou no Parlamento Europeu. Primeiro a necessidade de "separar claramente a supervisão da regulação", mas também de "densificar o processo decisório" dentro do mecanismo "para assegurar que a responsabilidade é partilhada e que começa nos problemas e conclui nas decisões".