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Gfk: "Eu não vou dar toques nenhuns" aos resultados das audiências

António Salvador, presidente da Gfk Portugal, volta hoje em entrevista ao "Público" a dizer que está a existir manipulação na polémica das audiências televisivas. Diz que o clima é de terrorismo. E lembra que quando foi o concurso não se falava na intenção de privatizar a RTP.

08 de Março de 2012 às 09:23
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António Salvador, presidente da Gfk Portugal, volta hoje a dar uma entrevista a um jornal nacional para se defender contra o que diz ser uma manipulação do caso sobre a medição das audiências televisivas. A partir de 1 de Março a Gfk Portugal passou a medir as audiências, depois de ter vencido um concurso lançado pela CAEM (Comissão de Análise e Estudo de Meios), que reúne operadores de televisão, agências e anunciantes. Anteriormente, as medições estavam a cargo da Marktest.

Depois de iniciar as medições, as audiências da RTP caíram de forma significativa, o que tem motivado uma reacção de protesto da estação pública. Mas António Salvador, embora admitindo que tem de haver ajustamentos ao processo – o que aliás estava previsto acontecer durante quatro meses –, diz que está a haver manipulação no processo e que "não tem havido a necessária seriedade na análise de informação".

Em entrevista ao "Público", António Salvador afirma que a Gfk Portugal não dá "shares", mas sim consumos de audiências. Os "shares" resultam, diz, da interpretação dos consumos. "Ouço falar em comparações de 'shares' [entre a Gfk e a Marktest] e é extremamente desagradável, porque eu não sei o que medem os outros. Eu estou a medir 150 canais, DVD, os jogos e outras coisas, que não identifico, e dou percentagens de consumo de cada um deles. Se eu só tiver quatro canais, os 'shares' são maiores, porque o 'share' é a divisão entre os consumos identificados".

O presidente da Gfk Portugal acrescenta que "todos os dias há ajustes. Eu tenho de substituir por ano 20 a 25% do painel". Diz que os acertos estão a ser feitos. "O compromisso com a CAEM eram quatro meses desde o início para ter tudo acertado, mas isso não significa que esteja hoje mal". Mas assegura que "eu não vou dar toques nenhuns".

António Salvador acrescenta que "é demagógico, incorrecto, feio, misturar as coisas. E agora já estamos num registo de misturar com a intenção do Governo de fazer a privatização da RTP! Quando foi o concurso não havia essa intenção, não era este o Governo... por amor de Deus!". Admite que esta informação das audiências pesará nessa venda, mas até "pode ser muito positiva se quem o comprar o puser com uma dinâmica de conteúdos e mostrar capacidade para inverter a situação. Até até pode ser positivo o facto de ter descido". Um discurso parecido com o de Miguel Relvas, diz o "Público", no que obtém resposta: "olhe que é só por acaso".
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