A RTP é a estação que está a sair mais penalizada nas medições da GFK, empresa que substituiu a Marktest na audiometria. A decisão de mudar os sistemas foi da CAEM - Comissão de Análise e Estudos de Meios, entidade que reúne anunciantes, agências de meios e operadores de televisão.

A 1 de Março o sistema de audiometria passou para a GFK, que ganhou o concurso da CAEM. No entanto, a RTP tem contestado, nomeadamente a amostra escolhida pela GFK, dizendo não corresponder ao universo de telespectadores.

De acordo com o que tem sido noticiado, a RTP perde quota face às medições da Marktest. E, segundo noticia hoje o "Público", se no sistema da GFK a RTP1 teria uma média de audiências entre 1 e 5 de Março de 13,9%, já nas medições da Marktest subiria aos 19,5%. A SIC está praticamente em linha nos dois sistemas, enquanto a TVI também perde com a GFK mas muito ligeiramente.

O conselho de administração da RTP vai hoje reunir-se para avaliar a situação até porque, diz o "Público", se a televisão pública encerrar o ano com menos 5,6 pontos percentuais de audiência a perda será próxima dos 13 milhões de euros. Isto tendo em conta a audiência do ano passado e a facturação publicitária conseguida, o que indica que cada ponto de audiência valerá na RTP 2,3 milhões de euros. Nas televisões privadas, cada ponto de audiência valerá cerca de 4,5 milhões de euros.

A ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social mantém-se, para já, afastada da polémica. A entidade reguladora deixa à CAEM a acção de os seus associados se entenderem. No entanto, prepara-se nos bastidores. E, segundo avançaram já vários jornais, Carlos Magno, presidente da ERC, pediu aos serviços um dossier sobre o processo, tendo chamado a si a questão.

Na escolha da GFK, RTp e TVI votaram contra a mudança de sistema.

Afectando em particular a RTP, a Comissão de Trabalhadores da estação pública defendeu ontem que a estação "deve impugnar" o processo.