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Fernando Ulrich receia privatização parcial da CGD

Fernando Ulrich, administrador do BPI, receia que uma possível privatização parcial da CGD possa levar ao reforço da posição do BCP no mercado nacional, segundo um artigo de opinião publicado no «Expresso».

29 de Dezembro de 2001 às 11:47
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Fernando Ulrich, administrador do BPI, receia que uma possível privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) possa levar ao reforço da posição do Banco Comercial Português (BCP) no mercado nacional, segundo um artigo de opinião publicado no «Expresso».

«A aliança entre o BCP e a CGD conduz a uma concentração de poder como nunca existiu em Portugal e que tenderá a aumentar se o Partido Social Democrata (PSD) vencer as eleições legislativas», defende o administrador do BPI [BPIN].

O líder do PSD, Durão Barroso, admitiu recentemente a possibilidade de vir a privatizar parte do capital da CGD, actualmente detida na íntegra pelo Estado, caso vença as eleições legislativas antecipadas marcadas para 17 de Março.

Fernando Ulrich sublinha que admite «uma CGD privatizada a 100% e sem ?golden shares?», mas tem «o maior receio de uma CGD parcialmente privatizada», uma vez que a mesma poderá ser «uma fonte de compadrios sem qualquer vantagem para os clientes e para os consumidores».

O grupo financeiro estatal controla uma participação de 8% no BCP [BCP], adquirida ao empresário António Champalimaud no ano passado.

O administrador do BPI defende que antes que seja abordada uma possível privatização da CGD, deve ser resolvida a questão da parceria estratégica entre esta instituição e o BCP.

Segundo o mesmo responsável, a aliança entre os dois bancos, que estava destinada a reforçar a capacidade de internacionalização de ambos, tem ao invés servido para o BCP e alguns dos seus accionistas tomarem «o controlo de empresas não financeiras».

A CGD «tem sido um aliado fundamental da coligação montada pelo BCP para tomar conta da Cimpor [CIMP], da Brisa [BRISA], da Electricidade de Portugal (EDP) [EDP]» e possivelmente da Galp Energia, cuja entrada em Bolsa está prevista para o próximo ano, de acordo com a mesma fonte.

Ulrich questiona se a privatização da CGD poderá «vir a contribuir para tornar a teia do BCP totalmente inextricável», já que bastaria, para o efeito, que «o BCP, a Cimpor, a Brisa e a EDP» comprassem posições no capital da CGD.

O BCP controla 5% da EDP, 23% da subsidiária para as telecomunicações da eléctrica, a ONI, 10% da Brisa, 10% da Cimpor e 4% da Teixeira Duarte, que por seu turno detém 29% da cimenteira. A CGD controla 5,3% da Brisa, 5% da EDP, 13,5% da Galp Energia e 5% da Portugal Telecom (PT) [PLTM].

As acções do BCP encerraram na sexta-feira a ganhar 1,34% para os 4,55 euros (912 escudos), enquanto o BPI avançou 1,35% para os 2,26 euros (453 escudos).

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