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Ex-jornalista do "Público" acusa responsáveis do jornal de acederem ao seu e-mail sem autorização

Maria José Oliveira, jornalista que se demitiu do "Público" depois das alegadas pressões do ministro Miguel Relvas, apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Protecção de Dados contra os responsáveis do diário "Público", avança o jornal "Correio da Manhã".

Ex-jornalista do "Público" acusa responsáveis do jornal de acederem ao seu e-mail sem autorização
17 de Junho de 2012 às 17:01
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A jornalista Maria José Oliveira, que deixou o jornal "Publico" após a acusação de pressões ao ministro Miguel Relvas, acusou os responsáveis do jornal de acederem ao seu e-mail sem autorização.

A notícia é avançada pelo "Correio da Manhã", dizendo que a jornalista apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) devido ao acesso a conteúdos não autorizados. A jornalista apenas confirmou a queixa, mas não se adiantou em relação ao conteúdo.

Segundo a mesma publicação, terá sido feita uma cópia dos dados do computador que era atribuído a Maria José Oliveira, o que impediu que a jornalista apresentasse documentação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) no âmbito da acusação de pressões por parte do jornal "Público" ao ministro Adjunto Miguel Relvas.

Para aceder aos documentos, que incluem as suas fontes e a correspondência com o gabinete de Relvas, Maria José Oliveira precisaria, segundo o "Correio da Manhã", de assinar uma declaração de confidencialidade, sob possibilidade de ter de indemnizar o jornal se não mantivesse segredo sobre a organização interna do jornal.

O "Correio da Manhã" tentou contactar Bárbara Reis, directora do “Público”, mas a responsável da direcção editorial não esteve contactável. O Negócios tentou também falar com a directora do diário da Sonaecom mas também sem sucesso.

ERC analisa alegadas pressões de Miguel Relvas

Na quarta-feira, a ERC deverá publicar o parecer sobre o caso "Público" e a acusação de pressões a Miguel Relvas. Segundo o jornal, Miguel Relvas terá ameaçado com a divulgação de dados da vida privada de Maria José Oliveira caso esta jornalista publicasse uma notícia que visava incongruências do próprio Relvas no caso das "Secretas".

Foi na sequência desta queixa que Maria José Oliveira se demitiu do jornal. A jornalista diz que perdeu a confiança na direcção do jornal, encabeçada por Bárbara Reis, por não lhe ter sido pedida autorização para divulgar que dado da vida privada era esse que, alegadamente, Miguel Relvas, iria publicar na Internet. O "Público" noticiou essa indicação (supostamente, a de que Maria José Oliveira viveria com alguém ligado a um partido da oposição), mas sem desmenti-lo, o que fez com que a jornalista perdesse confiança na direcção.

A separar a direcção liderada por Bárbara Reis e a jornalista esteve ainda a decisão de tornarem públicas as ameaças de Miguel Relvas à jornalista e ao próprio “Público” – Miguel Relvas terá dito que impediria que os restantes ministros falassem com o jornal.

A jornalista quis, mal teve conhecimento das supostas ameaças, denunciar Miguel Relvas mas Bárbara Reis considerou que não o deveria fazer, por defender que a política do jornal não é a de denunciar pressões.

O Conselho de Redacção teve uma ideia diferente e, por isso, decidiu ele próprio denunciar aquele caso. Foi a partir desta acusação do Conselho de Redacção que se teve conhecimento do caso, sendo que só depois disso é que a direcção do “Público” admitiu a situação e acusou Miguel Relvas de pressões.

Entretanto, depois deste caso, o Conselho de Redacção demitiu-se mas os mesmos elementos recandidataram-se, posteriormente, tendo sido eleitos.
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