Notícia
Eike Batista começou a ser julgado
O ex-bilionário brasileiro, que chegou a ser considerado o sétimo homem mais rico do mundo, começou a ser julgado por manipulação e uso de informação privilegiada. Incorre numa pena máxima de 18 anos de prisão.
Eike Batista chegou a ter a sétima maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes, distribuída por negócios na indústria mineira, logística, energia e exploração de gás e petróleo. Este último correu mal e em pouco mais de um ano Eike perdeu 34,5 mil milhões de dólares e foi obrigado a pedir insolvência da sua empresa, a OGX. A partir de hoje, 18 de Novembro, começa a responder em tribunal por duas denúncias do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro: manipulação de mercado e "insider trading" (uso de informação privilegiada). Se for considerado culpado, o empresário pode, no máximo, ser condenado a 18 anos de prisão — algo que nunca aconteceu no Brasil para este tipo de crimes.
Os factos remontam a Outubro de 2012, altura em que Eike Batista informou o mercado de que iria comprar acções da OGX (atual OGPar), injectando mil milhões de dólares na empresa. O investimento nunca aconteceu, e o Ministério Público acusa-o de ter actuado de má-fé.
Ainda segundo o Ministério Público do Rio, Eike vendeu acções da OGX com mais-valias numa altura em que omitia as conclusões técnicas e financeiras de uma empresa de consultoria contratada pela sua empresa que já mostravam que o volume de petróleo recuperável dos campos da companhia não era viável economicamente, ou seja, a empresa teria mais custos para furar poços do que o lucro obtido com as vendas.
Ao mesmo tempo, o Ministério Público Federal de São Paulo denunciou executivos ligados a Eike de induzir milhares de investidores em erro ao anunciarem informações erradas para o mercado sobre a capacidade de exploração das reservas de petróleo nas bacias de Campos e Santos.
Eike tem afirmado que sua intenção nunca foi a de ludibriar investidores e que nunca usou de informação privilegiada para fazer negócios.