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Carlos Ghosn "surpreendido" com mandado de captura internacional emitido por França

Antigo diretor-geral da aliança Renault-Nissan, que nega todas as acusações contra si, está surpreendido com mandado de captura internacional emitido por França por ter cooperado com autoridades.

Reuters
22 de Abril de 2022 às 11:56
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Carlos Ghosn, antigo diretor-geral da aliança Renault-Nissan, ficou "surpreendido" com o mandado de captura internacional emitido pelas autoridades judiciais de França, na sequência de uma investigação sobre fluxos de dinheiro suspeitos entre a Renault e uma concessionária de Omã.

O arquitecto da aliaça automóvel Renault-Nissan tem vindo a ser alvo de uma série de investigações desde que, no final de 2019, fugiu do Líbano para o Japão, onde enfrenta outras acusações de má conduta financeira.

"Isto é surpreendente. Ghosn sempre cooperou com as autoridades francesa", afirmou um porta-voz de Ghosn em França, em declarações à agência Reuters, numa reação ao mandado de captura internacional noticiada pelo Wall Street Journal.

Cinco mandados de captura internacionais visando Ghosn e atuais donos ou antigos diretores da empresa Suhail Bahwan Automobiles, um distribuidor de veículos de Omã, foram emitidos por um juiz, segundo confirmou a procuradoria de Nanterre.

A investigação japonesa precipitou uma vertiginosa queda em desgraça de  Carlos Ghosn, que manteve um estilo de vida sofisticado em propriedades em Paris, Rio de Janeiro e Beirute, antes de acabar detido durante meses em Tóquio e de ficar sob prisão domiciliária até escapar do país a bordo de um jacto privado.

Aquando da fuga, Ghosn aguardava julgamento, sob a acusação de ter subestimado a sua compensação nos relatórios financeiros da Nissan em 9,3 mil milhões de ienes (85 milhões de dólares) ao longo de uma década e de assim ter enriquecido à custa do seu empregador através de pagamentos a concessionárias de automóveis.

Ghosn - que nega todas as acusações contra si - continua no Líbano, país que não tem acordos de extradição com o Japão e tem a política de não entregar a outros os seus nacionais. O antigo líder da Renault-Nissan tem passaporte libanês, francês e brasileiro.

As autoridades francesas alegam que canalizou milhões de dólares de fundos da Renault através do distribuidor automóvel de Omã para uso pessoal, incluindo para a compra de um iate.

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