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Carlos Ghosn diz que se quer ver livre de ações da Renault após saída da Nissan
O antigo diretor-geral da aliança Renault-Nissan, que engendrou uma rota de fuga para escapar do Japão, voltou à carga para criticar as empresas. Desta vez, a propósito da republicação do seu livro de memórias, não escondeu a vontade de vender as ações que detém da Renault.
Carlos Ghosn, o antigo diretor-geral da aliança Renault-Nissan, afirma que está ansioso para vender as ações que ainda tem da fabricante automóvel Renault. Ghosn, que engendrou um plano para conseguir escapar do Japão sem responder perante a justiça, já se livrou dos títulos que tinha da Nissan.
Em declarações feitas a propósito do relançamento do seu livro de memórias, que até aqui estava editado apenas em francês, Ghosn afirmou que está cada vez mais pessimista relativamente ao futuro da aliança Renault-Nissan.
"Já não sou um acionista da Nissan, graças a Deus", afirmou o antigo executivo, em declarações citadas pela Bloomberg, a propósito de uma entrevista em vídeo feita a partir de Beirut. Ghosn está desde o final de 2019 no Líbano, após a fuga do Japão.
O antigo executivo refere que a aliança está "condenada" devido a lutas pelo poder. Relativamente aos títulos que ainda detém da Renault, Ghosn refere que "não tem alternativa" se não ficar com estas ações. "Não é porque confio na gestão - não confio", disse Ghosn, "é porque não tenho escolha".
Também esta semana, mas desta feita em entrevista à Fox Business, Ghosn afirmou que a "Nissan voltou a ser aquilo que era 1999, infelizmente ao fim de 19 anos de trabalho, uma empresa de automóveis medíocre e aborrecida, que continuará a ter dificuldade em encontrar o seu lugar na indústria".
Desde que Carlos Ghosn foi detido, as duas fabricantes automóveis já perderam 30 mil milhões de dólares de valor de mercado.
O antigo líder da Renault-Nissan, de 67 anos, negou as acusações que lhe têm vindo a ser feitas ao longo dos anos.