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Bolsa de Atenas afunda e juros da dívida disparam antes da última ronda das presidenciais
Os mercados estão a olhar com apreensão para a terceira e última ronda da eleição presidencial grega. Se o parlamento helénico falhar em eleger um novo Presidente da República, os gregos vão ser chamados às urnas nos próximos meses em eleições legislativas antecipadas.
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A bolsa de Atenas regista a maior queda na Europa ao perder 7,60% na sessão desta segunda-feira, 29 de Dezembro. As cotadas gregas lideram as perdas entre as suas congéneres europeias, com destaque para a banca: National Bank of Greece (-15,48%), Alpha Bank (-14,13%), Piraeus Bank (-13,30%) e Eurobank (-5,80%).
Destaque também para as quedas da gestora de jogos de fortuna e azar OPAP (-6,84%) e da operadora de telecomunicações Hellenic Telecommunications (-4,95%).
Os alarmes também estão a soar no mercado de obrigações soberanas. A taxa de juro grega de referência, a 10 anos, está a ganhar 24,3 pontos base para 8,748%.
Mas é no curto prazo que se está a registar a maior valorização. A taxa de juro a três anos está a ganhar 64,1 pontos base para 11,092%. A cinco anos a taxa sobe 51,8 pontos para 9,590%.
Nesta última ronda das presidenciais são necessários 180 votos, de um total de 300, para eleger um novo Presidente da República grega. O único candidato à substituição de Karolos Papoulias é Stavros Dimas, apoiado pelo Governo de Antonis Samaras. Caso não sejam obtidos 180 votos a seu favor, a Grécia enfrenta eleições legislativas antecipadas nos próximos meses.
O Syriza lidera nas intenções de voto, segundo a sondagem da Rass realizada a 21 de Dezembro, depois de ter vencido as eleições europeias deste ano. A coligação de esquerda liderada por Alexis Tsipras já prometeu reduzir a carga de austeridade no país se for eleito, o que provocou a desconfiança por parte das autoridades europeias em relação à uma possível ascensão ao poder do Syriza.
Na ronda anterior, Dimas obteve 168 dos votos, necessitando a coligação governamental agora de mais 12 votos. O Governo procura agora obter apoio entre os deputados independentes, mas nove destes já garantiram que não vão votar a favor de Dimas.
A solução para Samaras passa agora por procurar votos entre os nove deputados da Esquerda Democrática (DIMAR) e os 12 deputados dos Gregos Independentes. Contudo, ambas as formações já garantiram que não vão votar a favor, aponta o jornal grego Kathimerini.
Se a eleição falhar, o Parlamento grego tem de ser dissolvido em 10 dias e as eleições legislativas antecipadas terão de ser convocadas nos próximos 30 dias. A eleição deverá assim ter lugar entre 25 de Janeiro e 1 de Fevereiro.