A Bolívia tinha afirmado que pagaria à Red Electrica de España a compensação devida pela expropriação da sua participação na Transportadora de Electricidad (TDE). No entanto, a posição parece ter mudado. Ainda que Bolívia e REE tenham ontem acordado designar "uma empresa de prestígio internacional" para avaliar a TDE e determinar a indemnização.

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, afirmou, ontem, que o Governo dará "uma pequena ou diminuta" compensação à REE, ou pode mesmo decidir não pagar "nada", avançou. Esta é uma mudança de posição que Espanha não gostará, já que sempre dissociou o caso da Bolívia do da Argentina (Governo de Kirchner expropriou a posição da Repsol na YPF) pelo facto de o governo de Evo Morales ter dito que pagaria o que é devido.

"Todas as nacionalizações sempre foram acompanhadas de uma pequena ou diminuta compensação e seguramente no nosso caso se pagará, ou quem sabe se a avaliação determina que não há nada a pagar", declarou Linera, citado pelos jornais espanhóis e bolivianos.

As declarações de Linera seguem-se à notícia de que nas contas de 2010, a REE desvalorizou a sua participação na TDE, para um valor próximo de cinco milhões de euros.

Ainda assim, o ministro da Energia boliviano, Juan José Sosa, declarou Domingo que há "um ambiente cordial" para negociar a indemnização, dizendo que o valor ainda não está determinado.

Em reacção, a secretária-geral do PP, María Dolores de Cospedal, diz confiar que o Governo da Bolívia "cumpra a sua palavra" de pagar a quantia justa à REE.