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Altri, Portucel e Semapa sustentadas pela perspectiva de forte aumento no preço da pasta

O sismo no Chile e a greve num porto finlandês poderão fazer disparar os preços da pasta para um máximo histórico, levando a uma adicional redução dos inventários, já de si notória depois de as fabricantes de pasta e papel terem cortado na produção. Semapa, Portucel e Altri seguem todas em alta na bolsa nacional.

11 de Março de 2010 às 15:38
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O sismo no Chile e a greve num porto finlandês poderão fazer disparar os preços da pasta para um máximo histórico, levando a uma adicional redução dos inventários, já de si notória depois de as fabricantes de pasta e papel terem cortado na produção. Semapa, Portucel e Altri seguem todas em alta na bolsa nacional.

O preço da pasta europeia de referência subiu para 875,62 dólares por tonelada esta semana, registando o maior aumento semanal de quase seis anos, segundo a FOEX Indexes.

A pasta na Europa poderá chegar aos 1.000 dólares por tonelada, acima do pico de 1995, dentro de poucos meses, comentou à Bloomberg um analista deste sector, Kurt Schaefer.

As fábricas estão paralisadas no Chile e na Finlândia, que juntos representam 12% das vendas mundiais de pasta. A escalada do preço da pasta, que por sua vez impulsiona o preço do papel, marca uma viragem no mercado das fabricantes de pasta e papel, como a finlandesa Stora Enso e a norueguesa Norske Skog, que passaram anos a reduzir a produção para ver se conseguiam fazer subir os preços da pasta e papel, salienta a Bloomberg.

“O mercado da pasta nunca assistiu a uma ruptura tão súbita e ampla”, comentou Schaefer. “Neste momento, o mercado está tão apertado que qualquer ruptura é amplificada 10 vezes”, acrescentou.

“Stocks” médios em queda

Estas suspensões na laboração das fábricas surgem depois de os “stocks” médios de pasta terem caído para 20 dias (contra 50 dias no pico da crise financeira) quando as fabricantes de pasta e papel reduziram a sua produção. A média de 20 anos é de 32,6 dias.

O sismo de magnitude 8.8 na escala de Richter que assolou o Chile no passado dia 27 de Fevereiro – o maior dos últimos 50 anos –, além de ter vitimado centenas de pessoas e destruído milhares de casas, penalizou os produtores de pasta e papel do país que operavam na região centro-sul, próxima do epicentro. Entre as empresas deste sector que foram afectadas contam-se a Celulosa Arauco y Constitucion (unidade da Empresas Copec) e a Empresas CMPC, que são as duas maiores do Chile, refere a Bloomberg.

Apenas uma das 35 fábricas da Celulosa Arauco está actualmente a funcionar. A empresa está a proceder aos trabalhos de remoção de entulho e só depois saberá em que estado estão as suas máquinas, mas já avançou que não deverá produzir em Março.

A CMPC e a Copec já desvalorizaram 2,1% e 5% desde o sismo, ao passo que a brasileira Fibria Celulose está em alta de 8%.

Empresas portuguesas em alta

Por cá, a tendência é generalizadamente altista na sessão de hoje. A Altri segue em alta de 3,97%, para 4,849 euros, a Portucel sobe 1,78% para 1,996 euros, e a Semapa avança 1,32% para 7,619 euros.

Recorde-se que na semana passada o Caixa BI elevou o seu preço-alvo para as acções da Altri , de 4,70 euros para 6 euros, mantendo a recomendação de “comprar”, com a expectativa que o sismo do Chile deveria suportar os preços da pasta de papel.

A Altri apresentou resultados ontem e surpreendeu os analistas ao reportar números acima do esperado.

Factores adicionais de pressão

Entretanto, a Norkse Skog, maior fornecedora da imprensa escrita na Noruega, disse que a sua fábrica chilena de Concepcion está encerrada e que a situação deve manter-se por mais algum tempo.

Na Finlândia, a Stora Enso e a UPM-Kymmene, as duas maiores fabricantes europeias de papel, encerraram fábricas e reduziram a produção devido a uma greve dos trabalhadores portuários iniciada a 4 de Março, que já cortou 90% das exportações daquele país nórdico, refere a Bloomberg. As empresas já anunciaram que é apenas uma questão de dias até antes de suspenderem completamente a sua produção, uma vez que estão a ficar sem espaço de armazenamento dos inventários.

Por outro lado, uma fabricante chinesa de papel implementou o maior aumento de preços na Ásia, esta semana, ao elevar os preços em 150 dólares, para 1.050 dólares por tonelada, referiu à Bloomberg a economista Sandy Lu. Adicionalmente, “as interrupções de produção na China estão a pressionar ainda mais esta situação e a sustentarem a tendência de subida dos preços”, comentou por seu lado Ilkka Haemaelae, CEO da Metsae-Botnia – fabricante finlandesa de pasta.

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