Mais de 80% dos accionistas da holandesa Royal Dutch Shell deram o seu aval à aquisição da empresa britânica BG Group, de acordo com a informação enviada pela empresa ao regulador e citada pela Bloomberg. Esta aquisição será a maior no sector, numa altura em que as empresas ligadas ao petróleo enfrentam a maior desvalorização desde a crise financeira mundial. Os preços do petróleo têm sofrido fortes quedas, perante o excesso de oferta no mercado, o que penaliza as petrolíferas mundiais.

A Bloomberg avança que este apoio maioritário à compra da empresa britânica, que tem sede da cidade de Reading, nos arredores de Londres, mostra a crença da Shell de que será mais fácil enfrentar o momento actual do mercado juntando-se à produtora britânica de gás e petróleo.

Esta aquisição, que requer ainda a aprovação dos accionistas da empresa inglesa cuja opinião deverá ser conhecida esta quinta-feira, fará da Shell a maior empresa a transaccionar gás natural liquefeito. Após a aprovação dos accionistas da BG, a operação necessita ainda de luz verde de um  tribunal, algo que deverá acontecer em meados de Fevereiro, de acordo com a mesma agência de informação.

O negócio foi anunciado em Abril do ano passado e, desde então, o barril de petróleo sofreu uma forte desvalorização, o que levou alguns accionistas da companhia holandesa a questionarem o valor da transacção. Segundo a Bloomberg, a Shell em Abril estava disposta a pagar mais de 64 mil milhões de euros pelo negócio. Mas a desvalorização das acções da empresa holandesa, fruto da queda da cotação da matéria-prima, faz com que a operação deva cifrar-se em torno dos 47 mil milhões de euros.

A BG Group nasceu em 1997 e, de acordo com a informação presente no seu site, tem actividade em mais de 20 países e emprega cerca de cinco mil pessoas.

As acções da Royal Dutch Shell seguem a desvalorizar 1,61% na bolsa de Amesterdão para 18,66 euros. Os títulos do BG Group cedem 0,05% em Londres para 994,40 pence.