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Qual é o modelo de direitos televisivos que o Sporting quer para Portugal?

O Sporting receia que, no futuro, Benfica e Porto fiquem com a maioria das receitas dos direitos televisivos. Para evitar este cenário, os leões defendem primeiro a aplicação do modelo italiano, para mais tarde alcançar o modelo inglês, considerado o ideal.

Record
11 de Março de 2015 às 18:19
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O Sporting defende um modelo de centralização de direitos televisivos para Portugal. Este é um modelo em que as receitas televisivas são vendidas em conjunto pelos clubes portugueses às estações e não individualmente, como acontece agora.

 

A SAD leonina acredita que a centralização é um modelo mais equitativo e evita a "regionalização" das receitas, isto é, que o Benfica e Porto arrecadem o grosso do dinheiro das transmissões.

 

"Os clubes estão a olhar de uma forma muito séria para a centralização a partir de 2018", revelou a direcção do Sporting esta quarta-feira, 11 de Março, num encontro com jornalistas.

 

O clube de Alvalade sublinha que já alertou, por"várias vezes", sobre "já estar cozinhado o modelo da centralização apoiado na teoria da regionalização".

 

Se dois clubes passarem a receber o "dinheiro todo", isso vai ser o "fim do futebol português", aponta. "Então, podemos ficar todos contentes porque a partir de agora vamos olhar para a Liga dos Campeões, escusamos de ver o futebol português porque não tem interesse nenhum".

 

Um estudo de 2012 apontava que as receitas televisivas dos clubes portugueses poderiam passar dos 60 milhões de euros para os 120 milhões, se os direitos fossem vendidos em conjunto e não individualmente, segundo uma análise feita pela consultora Oliver & Ohlbaum Associates para a Liga Portuguesa de Futebol e citada pelo Público.

 

Mas qual é o modelo que o Sporting defende para Portugal? "O Sporting defende o modelo italiano de direitos televisivos. O italiano, com algumas condicionantes adaptadas ao que é a realidade portuguesa, pode ser perfeito".

 

O clube defende que, no longo prazo, o modelo ideal será alcançar o modelo em vigor na liga inglesa, considerado mais equitativo pelos leões. Esta centralização dos direitos defendida pelo Sporting pretende evitar que poucos clubes fiquem com a maioria das receitas, à semelhança do que acontece em Espanha onde Barcelona e Real Madrid arrecadam mais de 40% do total de receitas.

 

A formação de Alvalade rejeita a possibilidade de transmitir os seus próprios jogos na Sporting TV e explica porquê em duas partes.

 

"Por uma questão de princípio, somos contra passar jogos nos canais do próprio clube. Financeiramente não achamos que seja um bom negócio e podemos fazer toda a cosmética que quisermos para provar que é um bom negócio e é fácil de percebermos que não é".

 

O Sporting aponta que nenhum dos grandes clubes da Europa passa os seus próprios jogos, sendo apenas canais temáticos. E dá o exemplo do Manchester United. "Seriamos nós que descobríamos a pólvora. Eles têm um orçamento de 500 milhões por ano e nós é que descobrimos a pólvora".

 

Em segundo, os leões explicam que a sua "crença" nas novas tecnologias e no quarto árbitro com recurso à televisão é a razão para não defenderem a transmissão de jogos no seu próprio canal.

 

"Se eu estiver a transmitir o meu próprio jogo com os meus meios posso manipular a imagem que quero que passe e aquele ângulo que é necessário não passa". 

 

A direcção leonina também criticou a postura dos outros dois grandes na negociação do novo patrocinador para as camisolas. "Para o ano vamos todos pagar pela incapacidade que temos de separar o que é o objectivo do acessório. O objectivo devia ser melhorar o futebol português e mundial na nossa capacidade. O acessório são as questiúnculas, também faz parte da vida, mas não é o que nos move".

 
Quais os modelos defendidos pelo Sporting para o campeonato português?

Modelo italiano

40% das receitas são repartidas igualmente pelos 20 clubes; 30% pelo seu número de adeptos; e outros 30% repartidos (i) pela posição obtida na época anterior, (ii) nas cinco épocas anteriores e (iii) pelo seu historial de classificação. O acordo para os clubes italianos entre 2015 e 2018 vale 2800 milhões de euros no total.

 

Modelo inglês

50% das receitas televisivas para o Reino Unido são divididas igualmente pelos 20 clubes; 25% são repartidas dependendo da posição em que um clube termine na época anterior; 25% divididos pelo número de vezes que um jogo de uma equipa seja transmitido na televisão. As receitas internacionais, tanto televisivas como comerciais, são divididas igualmente pelos 20 clubes. Os direitos televisivos para 2016-2019 valem um total de 7,2 mil milhões de euros.

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