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Jerónimo Martins vive pior dia em bolsa. Perde 2.000 milhões em valor

Num só dia, o valor em bolsa da dona do Pingo Doce sofreu um rombo de mais de dois mil milhões de euros. Em mais de 31 anos em bolsa, nunca a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos tinha registado uma queda diária desta dimensão.

Duarte Roriz
25 de Julho de 2024 às 19:46
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Exatamente um ano após ter visto as suas ações tocarem um máximo histórico, atingindo os 27,1 euros, a Jerónimo Martins sofreu ontem o maior tombo diário desde a sua entrada em bolsa, em fevereiro de 1993.

Os títulos da dona do Pingo Doce afundaram de forma inédita e fecharam a perder 16,58%, valendo 16,3 euros. Mais do que os resultados semestrais abaixo do esperado apresentados na véspera, já após o fecho da negociação, terá sido a indicação dada pelo seu presidente executivo, Pedro Soares dos Santos, de que o resto do ano deverá manter-se com uma forte pressão sobre as margens que alimentou a venda em massa dos títulos da empresa pelos investidores.

Contas feitas, a capitalização bolsista da Jerónimo Martins encolheu em 2.038,9 milhões de euros num só dia.

No rescaldo dos resultados, foram ainda várias as casas de investimento a rever em baixa o preço-alvo para as ações da retalhista. A Jefferies abateu 3 euros ao “target”, colocando-o em 17,5 euros, tendo o Barclays efetuado um corte idêntico, mas para 22 euros. A JB Capital retirou 1,3 euros ao preço-alvo, fixando-o em 24,8 euros.

A Jerónimo Martins reportou na quarta-feira lucros semestrais de 253 milhões de euros, uma quebra de 29,1% face à primeira metade de 2023. As receitas até cresceram 12,3%, alcançando os 16,3 mil milhões de euros, mas a margem deteriorou-se de 6,9% para 6,4%.

Na divulgação dos números dos primeiros seis meses do ano, Pedro Soares dos Santos apontou em comunicado que “tal como antecipámos, o ano de 2024 tem sido marcado, após um ciclo inflacionário, pelos duros efeitos da combinação de uma acentuada trajetória de correção dos preços alimentares com a subida significativa dos custos”.

E para a segunda metade do ano não são esperados alívios, prevendo o CEO que “o contexto de deflação alimentar e elevada inflação de custos se mantenha”.

E na Polónia, que pesa mais de 70% nas vendas, “ tem-se registado um desempenho negativo dos volumes no mercado de retalho alimentar”, alertou a empresa.

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