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Altri mais do que duplica lucros no primeiro semestre
A subida dos preços nos mercados internacionais, impulsionada pelo aumento da procura na Europa e América do Norte, levou a produtora de pasta de papel a um resultado líquido de 62 milhões de euros na primeira metade deste ano.
A Altri obteve um resultado líquido de 62 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que equivale a um crescimento de 121,7% face aos 28 milhões apurados no mesmo período de 2023.
Em comunicado, a produtora de pasta de papel salienta que só no segundo trimestre, os lucros ascenderam a 40,4 milhões, o que representa quase cinco vezes os anunciados no período homólogo do ano passado.
Na primeira metade deste ano, o EBITDA do grupo somou 124 milhões de euros, mais 52,7% face aos 81,2 milhões registados no período homólogo, fixando a margem EBITDA em 26,8%, um aumento de 7,8 pontos percentuais.
As receitas totais atingiram os 462,7 milhões de euros, um acréscimo de 8,5%, o que o grupo explica "pela evolução favorável dos preços das fibras celulósicas nos mercados internacionais", como consequência "de uma procura global mais favorável", explica.
Já os custos totais recuaram 1,9% até junho para 338,7 milhões de euros.
A Altri refere na mesma nota que a produção de fibras celulósicas atingiu na primeira metade deste ano as 552,1 mil toneladas, subindo 6,2%, enquanto as vendas aumentaram 9,4% para as 575,2 mil toneladas, "beneficiando da melhoria do nível de procura em termos globais e no mercado europeu".
O investimento somou 16,2 milhões de euros no primeiro semestre, o que compara com os 36,2 milhões no período homólogo, ano que, recorda, foi marcado pelo investimento na nova caldeira de biomassa da Caima.
Até junho o grupo reduziu a dívida líquida em 31,9 milhões de euros face ao final de 2023, para 324,8 milhões, apresentando agora um rácio da dívida líquida/EBITDA de 1,8x.
José Soares de Pina, CEO do grupo, sublinha na mensagem que acompanha o documento o "forte dinamismo na procura por fibras celulósicas", em especial nos mercados da Europa Ocidental, Europa de Leste e América do Norte, com crescimentos de dois dígitos.
O gestor salienta que a inversão de ciclo ocorrida no segundo semestre do ano passado traduziu-se em aumentos sucessivos dos preços da pasta BHKP, que chegaram a maio deste ano a um valor de 1.440 dólares por tonelada, mas antecipa que este nível elevado de preços "possa experimentar alguma correção nos próximos meses".
O CEO realça também os projetos de diversificação do grupo, onde se inclui o projeto Gama, na Galiza, que "continuamos a desenvolver para permitir a tomada de decisão final de investimento".