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Inapa tinha duas propostas de MBO até 20 milhões mas disse "não" às duas
O Negócios sabe que a administração recebeu duas propostas - a segunda com o dobro do montante da primeira - mas foi recusada por o "board" temer que o dinheiro fosse para apoiar a subsidiária alemã e não para resolver os problemas de tesouraria do grupo.
Os quadros da Inapa apresentaram uma segunda proposta de 20 milhões de euros para a realização de um "management buy out" (MBO) sobre a unidade de "packaging" em França, sabe o Negócios. Trata-se do dobro da primeira oferta que havia sido feita pelos quadros da unidade francesa de 10 milhões de euros.
A administração, no entanto, decidiu não aceitar esta última proposta por temer que o encaixe financeiro seria utilizado para salvar a subsidiária alemã e não para resolver os problemas de tesouraria do grupo.
Refira-se que além desta possibilidade, a Inapa foi ainda alvo de interesse da multinacional japonesa JPP já tinha demonstrado interesse em comprar a totalidade do capital da empresa, informando que voltaria à carga em setembro.
O Negócios confirmou ainda que o pedido de insolvência deve entrar no sistema judicial português esta sexta-feira conforme avançou inicialmente o Eco, e ao que tudo indica o mesmo será apresentado no Tribunal de Sintra, concelho onde se localiza a sede da Inapa.
Este desfecho contrasta com a esperança, manifestada há alguns dias, de que a distribuidora de papel pudesse ainda avançar com um Processo Especial de Revitalização (PER), mantendo assim a atividade - conforme avançou o Negócios esta terça-feira - um cenário que entretanto se esfumou.
O princípio do fim começou há quatro dias, quando a Inapa informou o mercado de que iria apresentar à insolvência a subsidiária alemã, e que "os impactos imediatos" levariam também à "iminente insolvência da Inapa IPG". Desde então, as ações estão suspensas.
Antes deste anúncio, a distribuidora de papel ainda tentou pedir um empréstimo aos três maiores acionistas, a Parpública, com 44,89%, a Nova Expressão, com 10%, e o Novo Banco, que detém 6,55%. No entanto, a empresa que gere as participações do Estado decidiu, com o apoio do Ministério das Finanças, chumbar este financiamento.
Em declarações ao Negócios, a tutela explicou na altura que não havia "viabilidade económica e financeira", nem uma estratégia de recuperação, apesar de a empresa ter duas luzes ao fundo do túnel.
(Notícia atualizada às 15:18 horas).