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Desde 2020 que Parpública rejeitou "diversas alternativas de capitalização" da Inapa

A administração cessante garante ao mercado que desde o inicio de 2020 "apresentou à Parpública, enquanto maior acionista, diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência", mas que do outro lado sempre houve "indisponibilidade".

D.R.
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Antes de pedir um empréstimo e de anunciar que se iria apresentar a insolvência, a Inapa colocou várias hipóteses de capitalização da empresa ao seu maior acionista, a Parpública. E não é de agora. Desde de 2020 que vinham sendo apresentadas estratégias, mas a "holding" que gere as participações do Estado mostrou-se indisponível, indica a distribuidora de papel em comunicado divulgado na CMVM.

Numa nota em que reage às "notícias que têm surgido na comunicação social", o conselho de administração cessante confirma que "de facto, desde inicio de 2020 que a administração da Inapa apresentou à Parpública, enquanto maior acionista, diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência".

No entanto, "após três anos de apresentação de diversas propostas alternativas devidamente
fundamentadas
, não foi possível avançar com qualquer solução por indisponibilidade da Parpública, comunicada à Inapa em janeiro de 2023", acrescenta a administração liderada por Frederico Lupi. 

Entre estas alternativas, estavam duas propostas de um "management buy out" dos quadros da unidade francesa pelo segmento de "packaging" no país, tendo existido uma primeira oferta de 10 milhões e outra de 20 milhões, que foram rejeitadas, conforme avançou esta quinta-feira o Negócios. 

Além disso,  a Inapa foi ainda alvo de interesse da multinacional japonesa JPP já tinha demonstrado interesse em comprar a totalidade do capital da empresa, informando que voltaria à carga em setembro. 

Já este ano, a Inapa retomou contactos com a sua maior acionista, "no sentido de apoiar uma
restruturação da empresa,
com base num empréstimo de médio e longo prazo de 15 milhões de euros", que mais tarde foi transformado num pedido de financiamento de 12 milhões de euros, que - uma vez aceite - deveria ser contraído junto dos acionistas Novo Banco, Parpública e Nova Expressão.  "
Para esta restruturação, os principais bancos da Inapa contribuiriam com uma significativa redução da dívida", acrescenta a Inapa. 

Quando foi pedido este financiamento, a Parpública também ficou a saber que sem este financiamento, a empresa teria de pedir insolvência, ainda que meses antes a administração no relatório e contas referente ao ano passado tenha antecipado a capacidade da Inapa de manter a sua atividade nos 12 meses seguintes, uma consideração que não foi alvo de reservas pela auditora PwC. Desde a divulgação desse documento, a Inapa durou pouco mais de meio ano.

A empresas, cujas ações estão suspensas, deverá apresentar-se à insolvência esta sexta-feira no tribunal de Sintra, o concelho onde está sediada a distribuidora de papel.

Este desfecho contrasta com a esperança, manifestada há alguns dias, de que a distribuidora de papel pudesse ainda avançar com um Processo Especial de Revitalização (PER), mantendo assim a atividade - conforme avançou o Negócios esta terça-feira - um cenário que entretanto se esfumou.

(Notícia atualizada às 18:29 horas).

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