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Platini vai boicotar audição do Comité de Ética da FIFA
O presidente da UEFA não vai comparecer à audição no Comité de Ética da FIFA. Platini teria de explicar o alegado "pagamento ilegal" recebido da FIFA, mas o também candidato à presidência do organismo acredita que "o veredicto já foi anunciado".
O presidente da UEFA pretende boicotar a audição do Comité de Ética da FIFA por considerar que "o veredicto já foi anunciado". Michel Platini anunciou esta quarta-feira, 16 de Dezembro, que não irá marcar presença na audição naquele órgão da FIFA agendado para a próxima sexta-feira.
A audição de Platini foi marcada para que o antigo futebolista pudesse explicar o que as autoridades helvéticas classificaram como alegado "pagamento ilegal" de 1,8 mil milhões de euros feito por Joseph Blatter, actual presidente da FIFA mas suspenso das suas funções, em 2011 ao dirigente desportivo francês.
O veredicto que Platini alega já ter sido anunciado deverá ser conhecido até 21 de Dezembro, e será esta decisão que poderá, ou não, viabilizar a candidatura do dirigente gaulês à presidência do organismo que tutela o futebol mundial. O Comité já garantiu que a decisão final será tomada de forma "independente e imparcial".
No entanto, Andreas Bante, porta-voz do Comité de Ética, dizia na última sexta-feira que Platini será "suspenso por vários anos", o que a confirmar-se impedirá a candidatura à liderança da FIFA de ser validada. No mês passado, a FIFA rejeitou os recursos apresentados pelos dirigentes suíço e francês.
Se o Comité de Ética da FIFA considerar que foram cometidas ilegalidades no pagamento que Platini e Blatter alegam ter sido feito para gratificar trabalho de consultoria feito, durante vários anos, pelo ex-futebolista para aquele organismo, a candidatura do francês será anulada. Isto depois de em Novembro a candidatura de Platini ter sido uma das cinco aceites pela FIFA tendo em vista as eleições agendadas para 26 de Fevereiro.
Platini, que é um dos vice-presidentes da FIFA, cargo ocupado por inerência pelo presidente da UEFA, foi suspenso no início de Outubro por um prazo de 90 dias, um dia depois de também Sepp Blatter ter sido suspenso pelo mesmo período. A decisão, na altura tomada pelo Comité de Ética da FIFA, era justificada com as "investigações em curso por parte deste comité devido a alegações de corrupção" por parte daqueles dirigentes.
Tanto Blatter como Platini negam qualquer procedimento ilegal ou ilegítimo. Blatter já lamentou ter sido "condenado sem que haja provas de infracções". E Platini defende que o pagamento recebido dizia respeito a uma "compensação válida" pelo contributo dado à FIFA ao longo de mais de nove anos de colaboração com este organismo. Também o Ministério Público helvético acusou Sepp Blatter de ter feito "um pagamento desleal" ao presidente da UEFA.