O antigo vice-presidente da FIFA e ex-braço direito de Joseph Blatter, Jérôme Valcke, foi banido do futebol por 12 anos. O Comité de Ética da FIFA anunciou a decisão esta sexta-feira, 12 de Fevereiro, através de um comunicado publicado no seu site.

 

Esta decisão vem no seguimento das investigações da FIFA ao seu antigo vice-presidente devido à venda ilegal de bilhetes para os campeonatos do mundo de futebol. Além disso, a organização diz ainda que descobriu outros actos de incumprimento por parte de Jérôme Valcke, incluindo abuso nas despesas de viagens, vendas de direitos a televisões e outros meios de comunicação e destruição de provas.

 

"Entre outras coisas, o comité descobriu que uma empresa de marketing desportivo tirou proveito de uma vantagem indevida na venda de bilhetes para o campeonato do mundo. A este respeito, não só o Sr. Valcke não fez nada para travar estas actividades, como encorajou os responsáveis a fazê-lo. O Sr. Valcke encorajou repetidamente a conclusão de um acordo entre a FIFA e a empresa de marketing desportivo", diz o comunicado da FIFA.

 

"Além disso, por viajar à custa da FIFA puramente em turismo e invariavelmente escolher voos privados sem terem a ver com motivos profissionais, o Sr. Valcke tirou partido [da FIFA] para si próprio e para familiares", acrescenta a organização que rege o futebol mundial. "Assim, o Sr. Valcke agiu contra os interesses da FIFA", conclui.

 

O Comité de Ética da FIFA diz ainda que o francês tentou vender os direitos televisivos dos Mundiais de 2018 e 2022 por um valor abaixo do seu valor de mercado e tentou obstruir a investigação apagando vários ficheiros relevantes para a investigação.

 

Além de ser banido do futebol por 12 anos, Jérôme Valcke vai ainda pagar uma multa de 100 mil francos suíços (91 mil euros).

 

Já em Dezembro, também Joseph Blatter e Michel Platini foram banidos do futebol por oito anos pelo Comité de Ética da FIFA.

 

Jérôme Valcke já tinha sido suspenso em Setembro de 2015, enquanto a investigação prosseguia. Na altura, o advogado de Jérôme Valcke, Barry Berke, dizia que o seu cliente negava "inequivocamente estas ultrajantes e fabricadas acusações".

Depois dos escândalos de corrupção que se abateram sobre a FIFA, a organização vai a eleições no fim deste mês, a 26 de Fevereiro. Ali bin Al Hussein da Jordânia, o sheik Salman Bin Ebrahim Al Khalifa do Bahrein, o francês Jerôme Champagne, o suíço-italiano Gianni Infantino e ainda o sul-africano Tokyo Sexwale são os candidatos à sucessão de Joseph Blatter na organização.