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Benfica passa de lucros a prejuízos nos primeiros nove meses do ano

Depois de no primeiro semestre da época de 2015-16, a SAD dos encarnados ter registado lucros de 5,031 milhões, no terceiro trimestre fiscal o desempenho foi negativo e acabou por penalizar o cômputo dos nove meses.

Paulo Calado/Record
31 de Maio de 2016 às 22:51
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A Benfica SAD registou perdas de 9,35 milhões de euros nos primeiros nove meses do seu exercício fiscal de 2015-16, contra lucros de 13,97 milhões no período homólogo da época anterior, refere o comunicado das contas enviado esta terça-feira, 31 de Maio, à CMVM.

 

No primeiro semestre, a SAD benfiquista teve lucros, se bem que tenham caído 61,6% face ao ano anterior. Agora, com a má performance do terceiro trimestre, o total dos primeiros nove meses (período compreendido entre 1 de Julho de 2015 e 31 de Março de 2016) passou a negativo.

A SAD do plantel treinado por Rui Vitória sublinha que este recuo foi influenciado pelo facto de não ter havido alienações de direitos de atletas no 3º trimestre de 2015/2016, ao contrário do que aconteceu no período homólogo, no qual foram transferidos os atletas Bernardo Silva e Franco Jara para o AS Monaco e o Olympiacos, respectivamente.

 

"Desta forma, o resultado com direitos de atletas no final deste trimestre ascende a um valor negativo de oito milhões de euros, face ao montante positivo de 32 milhões de euros apresentado no período homólogo, passando as operações com atletas a influenciar negativamente os resultados operacional e líquido", justifica a SAD no documento de apresentação de contas.

 

Os resultados do período foram significativamente influenciados por dois factores: i) pelo desempenho desportivo alcançado na Liga dos Campeões, que contribui para o crescimento dos rendimentos operacionais; e ii) pela diminuição das alienações de direitos de atletas, que tem um impacto significativo no decréscimo dos resultados com atletas.

 

Assim, salienta o comunicado, "o resultado líquido aproxima-se de um valor negativo de 9,4 milhões de euros e o resultado operacional (incluindo os direitos de atletas) ascende a um montante positivo de 4,2 milhões de euros, os quais não incluem o ganho obtido com a transferência do atleta Renato Sanches para o Bayern Munique".

 

O resultado operacional sem direitos de atletas atingiu um valor positivo de 12,2 milhões de euros, o qual equivale praticamente à variação ocorrida face ao período homólogo, sendo a melhoria principalmente justificada pelo desempenho desportivo na Liga dos Campeões, sem considerar o prémio de passagem aos quartos-de-final da prova e os outros rendimentos associados à eliminatória com o Bayern Munique, acrescenta.

 

Por seu lado, o activo consolidado ascendeu a 419,8 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 2,4% face a 30 de Junho de 2015, principalmente justificado pelo recuo dos saldos de clientes em cerca de 36,9 milhões de euros, compensado parcialmente pelo aumento dos activos intangíveis em 14,1 milhões de euros, face aos investimentos realizados em direitos de atletas, refere o comunicado da SAD benfiquista.

 

Já o passivo consolidado recuou 1,7 milhões de euros face a 30 de Junho de 2015, principalmente impulsionado pelo decréscimo do saldo conjunto das rubricas de empréstimos obtidos, "sendo ainda de destacar a diminuição de 42,3 milhões de euros ocorrida no passivo corrente por contrapartida do aumento do passivo não corrente em 40,6 milhões de euros".

 

Os rendimentos operacionais, por seu turno, foram de 95,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do actual exercício fiscal, um acréscimo de 22,7% face ao período homólogo. "Esta variação é essencialmente explicada pelo desempenho desportivo na Liga dos Campeões, cujos prémios distribuídos pela UEFA reconhecidos até 31 de Março de 2016 representam cerca de 30 milhões de euros, face aos 14,5 milhões de euros apresentados no período homólogo", diz o comunicado.

 

Os gastos operacionais da Benfica SAD neste período de nove meses ascendem a 83,2 milhões de euros, o que significa um acréscimo de 7,2% face ao período homólogo. A variação é principalmente justificada pelo aumento dos fornecimentos e serviços externos em 3,3 milhões de euros e dos gastos com pessoal em 1,9 milhões de euros, "estando esta última variação relacionada com os prémios de objectivos distribuídos pelo plantel principal e pela estrutura profissional de futebol em consequência dos resultados desportivos alcançados".

 

Relativamente às amortizações e perdas de imparidade de direitos de atletas, estas ultrapassam os 24 milhões de euros no final do 3º trimestre de 2015/2016, o que representa um aumento de 5,9% face ao período homólogo, justificado pelos investimentos realizados no plantel de futebol e pela diminuição dos desinvestimentos efectuados em direitos de atletas quando comparados com o período homólogo.

 

Os rendimentos com transacções de direitos de atletas superaram os 24 milhões de euros, sendo essencialmente justificados pelas alienações dos direitos dos atletas Ivan Cavaleiro e Lima para o AS Monaco e o Al-Ahly Dubai, respectivamente, que decorreram no 1º trimestre de 2015/2016. "Conforme já foi referido, esta rubrica foi a principal razão para o recuo dos resultados líquido e operacional no final do 3º trimestre de 2015/2016, dado que no período homólogo ascendeu a 62,4 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 38,4 milhões de euros", destaca a SAD encarnada.

No que toca ao desempenho desportivo especificamente no terceiro trimestre, o comunicado sublinha que "dos 17 jogos realizados neste trimestre a contar para a Liga NOS, Liga dos Campeões e Taça CTT (Taça da Liga), o Benfica obteve 16 vitórias e marcou 47 golos, o que representa a melhor percentagem de vitória (94%) e a melhor média de golos marcados por jogo (2,8 golos), quando comparado com os restantes trimestres".



(notícia actualizada às 23:23)

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