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Sporting soma prejuízos de 17,1 milhões
O caso Doyen teve forte impacto nas contas da SAD do Sporting, mas foi também penalizada pelo facto de o clube ter optado por não vender os passes de "jogadores fundamentais".
A Sporting SAD obteve prejuízos de 17,1 milhões de euros entre Julho de 2015 e Março de 2016, o que compara com os 22,1 milhões de euros no mesmo período do exercício anterior.
No relatório e contas do terceiro trimestre, a SAD liderada por Bruno de Carvalho justifica os prejuízos com os "gastos associados a situações não recorrentes, no caso em apreço devido ao processo Doyen", que obrigou a cotada a constituir uma provisão de 14,1 milhões de euros.
Mas este não foi o único evento a penalizar as contas do Sporting, já que a decisão do clube em "não proceder à alienação de direitos desportivos de atletas considerados fundamentais para o sucesso desportivo" também teve um impacto desfavorável.
Excluindo a decisão desfavorável do Tribunal Arbitral Suíço acerca da transferência de Marcos Rojo para o Manchester United, bem como outros eventos não recorrentes, a Sporting SAD registou um prejuízo de 2,7 milhões de euros.
Analisando apenas o terceiro trimestre (entre Janeiro e Março deste ano) a SAD do Sporting obteve um resultado líquido de 1,04 milhões de euros, o que compara com prejuízos de 1,5 milhões de euros no mesmo período do exercício anterior.
Nos primeiros nove meses do actual exercício a SAD do Sporting obteve rendimentos de 7,6 milhões de euros com a venda de passes de jogadores, bastante menos do que os 21,7 milhões de euros obtidos no mesmo período do exercício anterior.
No relatório e contas a Sporting SAD revela que tendo em conta apenas o terceiro trimestre, o clube gastou pouco mais de 3 milhões de euros na contratação de cinco jogadores no mercado de transferências em Janeiro. A grande parte deste valor corresponde a comissões (1,8 milhões de euros) já que Marvin Zeegelar foi o único que não veio a custo zero.
No que diz respeito às saídas de jogadores no mercado de inverno, foram 11 as transferências, que renderam 5,5 milhões de euros ao clube de Alvalade. Por estas transferências o clube pagou 400 mil euros em comissões.
Resultados operacionais recorrentes positivos
Apesar da queda dos prejuízos, a SAD do Sporting aumentou as receitas, com os rendimentos operacionais a atingirem 54,7 milhões de euros nos nove meses, o que compara com 44 milhões de euros no exercício anterior.
"Esta melhoria explica-se principalmente pelo aumento das receitas de direitos televisivos, pelo aumento das vendas em loja, distribuição e retalho, bilheteira e bilhetes de época, tendo apresentado em sinal contrário uma redução das receitas devidas pela participação nas competições europeias e por uma redução das receitas de patrocínios e publicidade", explica a SAD.
Excluindo eventos extraordinários, os resultados operacionais foram positivos (637 mil euros), mas substancialmente inferiores ao registado no período homólogo (23,8 milhões de euros). Considerando o impacto do caso "Doyen" e outros eventos não recorrentes, os resultados operacionais foram negativos em 13,7 milhões de euros.
As outras SAD portuguesas também fecharam o terceiro trimestre ncom as contas no "vermelho". O Benfica passou de lucros a prejuízos e o Porto agravou os números negativos.