A génese do grupo Lena remonta aos anos 50, quando, em Leiria, nasceu uma empresa ligada às terraplanagens e construção pela mão de António Vieira Rodrigues.

Como Construtora Lena nasceu em 1974. Mas ao longo dos anos diversificou actividade. Acabou, nos anos mais recentes, por se tornar mais mediático devido aos contratos conseguidos na Venezuela e por ter entrado no negócio da comunicação social, com jornais locais e com o lançamento do jornal i, entretanto vendido e que actualmente pertence a capital angolano.

Este grupo fica esta sexta-feira, 21 de Novembro, ligado também à detenção de um ex-primeiro-ministro. José Sócrates foi esta sexta-feira detido.

O grupo foi formalmente constituído em 1998, depois da diversificação de actividades. Também nesse ano o grupo de Leiria iniciou a sua internacionalização. Primeiro destino: Brasil. Segundo o "site" do grupo, hoje a presença abrange Angola, Argélia, Bulgária, Espanha, Marrocos, Moçambique, Roménia e Venezuela.

Em 2009, o grupo entra em reestruturação, tendo implementado no ano seguinte um novo modelo de governo corporativo. António Barroca é o presidente do conselho de administração do grupo. No "site" diz-se que o grupo tem mais de 80 empresas e 2.500 trabalhadores.

A reestruturação levou o Grupo Lena a voltar-se para as áreas de engenharia, construção, serviços, ambiente e energia, apostando em três áreas: América do Sul, África e Europa Central.

De acordo com o relatório de 2013, disponível no "site", a vertente internacional pesou mais de 66% da facturação e 99% da carteira de negócios, que está acima dos 4,1 mil milhões de euros. "A importância da internacionalização será crescente nos próximos cinco anos", diz a empresa no relatório.

África pesa 26% do volume de negócios e a América Latina 29%. Portugal ainda pesa 34%.

Foi durante 2013 que o grupo chegou a acordo com os bancos para reestruturar a dívida que no final de 2013 estava nos 505,6 milhões de euros.

Em 2013, o grupo facturou 410 milhões de euros, menos 17% que no ano anterior. A construção continua a ser a que mais contribui para o volume de negócios consolidado com um peso de 87%. O EBITDA foi de 90 milhões de euros, conseguindo lucrar 17,6 milhões de euros.

Que negócios em Portugal?

De acordo com informação do grupo, em 2013, os principais projectos de construção foram a segunda fase de construção de três hangares no aeródromo municipal de Ponte de Sor, a conclusão dos trabalhos de reabilitação da antiga fábrica de resinagem da Marinha Grande, a construção da Nova Unidade de Saúde Familiar de Serpa e de Carnide (Lisboa).

O grupo Lena esteve ainda envolvido na construção de três escolas promovidas pela Parque Escolar e participa no consórcio construtor da Barragem Baixo Sabor.

Nas concessões, o grupo Lena participa na  Auto-Estradas do Atlântico, Brisal, Autoestradas do Baixo Tejo, Auto-Estradas do Litoral Oeste e ELOS – Ligação de Alta Velocidade.

O projecto na Venezuela

Em 2010 o grupo Lena assinou com o governo de Hugo Chavez o contrato para transferência de tecnologia de instalação, fabrico e implementação de sistemas pré-fabricados,  depois de em 2008 ter assinado o contrato marco para a construção de 50 mil apartamentos. Em 2011 foi anunciada a criação do projecto social Gran Mision Vivienda-Venezuela com o objectivo de construir dois milhões de habitações até 2017. Em Maio de 2011, o grupo iniciou o projecto de construção de mais de 12.500 apartamentos, a que se juntou a construção de duas fábricas de pré-fabricação pesada. O investimento total ascende aos 988 milhões de dólares.

Já depois de Passos Coelho assumir a liderança governativa do país, o grupo Lena fechou mais dois contratos para construir mais apartamentos.