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Mota-Engil passa de prejuízos a lucros de 22 milhões

O grupo voltou, após muitos anos, a ter Portugal como maior mercado de engenharia e construção. A carteira de encomendas está, pela primeira vez na sua história, acima de 8 mil milhões de euros.

O CEO da Mota-Engil diz que o plano estratégico para 2026 é conservador.
Mariline Alves
03 de Março de 2022 às 00:35
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A Mota-Engil registou lucros de 22 milhões de euros em 2021, o que compara com os prejuízos de 20 milhões apresentados um ano antes.


Em comunicado à CMVM, o grupo adianta que o volume de negócios cresceu 9% para 2.656 milhões de euros, "com impacto muito positivo da performance no segundo semestre".


Só na segunda metade do ano, refere, a faturação aumentou 19%, "facto para o qual a recuperação da região de África foi determinante", ao crescer 56% nesse período, seguida da América Latina que "consolidou a retoma do crescimento após o impacto da pandemia em 2020", afirma.


No negócio de engenharia e construção o mercado português voltou "a ser, após muitos anos, o maior mercado do grupo neste segmento de atividade, com um crescimento de 11% do volume de negócios em 2021, ultrapassando o México e Angola", salienta.


No conjunto da região Europa, o volume de negócios registou um recuo de 2% para 1.020 milhões de euros, tendo o EBITDA crescido 23% para 144 milhões, com "a melhoria das margens no negócio de construção em Portugal e Polónia, assim como no segmento de gestão de resíduos, que melhorou a margem de 25% para 27%, permitindo passar a margem global da região para 14%", acrescenta na mesma nota.


Em África, no conjunto do ano o grupo liderado por Gonçalo Moura Martins registou um crescimento do volume de negócios de 20%, para 910 milhões, e do EBITDA em 4%, para 199 milhões de euros, com a margem a fixar-se nos 22% na região.

De acordo com a Mota-Engil, a carteira de encomendas em África atingiu o recorde de 4,8 mil milhões de euros (64% do total), "o que permite antecipar o crescimento significativo da atividade nesta região nos próximos anos".


Na América Latina, o grupo registou um crescimento de 15% no volume de negócios, para os 685 milhões de euros, e de 8% no EBITDA, para 92 milhões, com uma margem de 13%, "facto que se deve à forte recuperação do mercado mexicano (crescimento de 23%) onde o grupo está a desenvolver um dos troços do Tren Maya, o maior projeto ferroviário na América Latina", explica.


Salientando os "níveis de produção historicamente elevados, suportados numa carteira de encomendas a níveis recorde e com projetos de dimensão média superior que potenciarão o crescimento expressivo a partir de 2022 em diante", o grupo frisa que a carteira de encomendas voltou a atingir valores recorde de 7,6 mil milhões de euros.


Relativamente às perspetivas futuras de atividades, a Mota-Engil recorda que obteve, já em 2022, novos contratos em mercados como o Uganda, México e Peru, que "colocam atualmente a carteira de encomendas pela primeira vez na sua história, acima de 8 mil milhões de euros".


Em 2021 o investimento (Capex) ascendeu a 213 milhões de euros, 51% relacionados com investimento de crescimento e em contratos de médio e longo prazo, destacando o grupo o investimento em Portugal, México e em novos contratos em África que se iniciaram no segundo semestre de 2021.


A dívida líquida foi reduzida em 125 milhões de euros para 1.118 milhões de euros, melhorando o rácio de dívida líquida / EBITDA para níveis pré-pandemia, "elevando a sustentabilidade do balanço, e assim reforçar as condições para iniciar a implementação do Novo Plano Estratégico (Building´26), que vigorará entre 2022 e 2026", sublinha.

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