Notícia
Mota-Engil e Vinci pagam mais de 54 milhões e ficam com 100% da Lusoponte
A Lineas, do grupo Mota-Engil, e a Vinci Concessions concluíram esta quinta-feira a operação de compra da posição da Atlantia na Lusoponte, onde vão exercer o controlo conjunto.
A Lineas, controlada pelo grupo Mota-Engil, e a Vinci Concessions, através da sua subsidiária Vinci Highways, fecharam esta quinta-feira a compra da participação de 17,21% detida pela Atlantia na Lusoponte, na sequência da obtenção de todas as autorizações para a aquisição.
Em comunicado, a Mota-Engil anunciou que o exercício dos direitos de preferência para a compra dos 17,21% na Lusoponte "foi concluído hoje, no seguimento das autorizações recebidas por todas as autoridades competentes, nomeadamente da Comissão Europeia no contexto da Regulação Europeia de Fusões".
Com esta transação, cujo montante ascende a 54 milhões de euros, a Lineas e a Vinci Concessions "passam a ser co-detentoras e co-proprietárias de 100% da Lusoponte, com participações de 50,5% e 49,5% do capital, respetivamente, e exercerão o controlo conjunto da empresa onde ambas os acionistas estão desde o início", refere na mesma nota.
A Lusoponte detém as concessões de operação das duas pontes sobre o Tejo até 2030 e de todas as futuras pontes rodoviárias sobre o rio Tejo. Em 2021, a média de tráfego pago nas duas pontes ascendeu a 90.000 veículos/dia.
No comunicado, divulgado esta quinta-feira, o grupo liderado por Gonçalo Moura Martins recorda que a ponte Vasco da Gama "foi construída entre 1994 e 1998 pela Vinci e Mota-Engil para aliviar o congestionamento de tráfego na ponte 25 de Abril e para promover o desenvolvimento da margem sul do rio e foi considerada, na altura, a ponte com maior extensão da Europa, sendo assim um marco histórico para a Lusoponte e os seus acionistas".
A Mota-Engil e a Vinci decidiram no ano passado exercer o direito de preferência pela posição da Atlantia inviabilizando o acordo a que o grupo italiano já tinha chegado com a MM Capital Infrastructure Fund, controlado pelo grupo japonês Marubeni.
Os dois maiores acionistas da Lusoponte tinham já exercido o direito de preferência aquando da venda da participação de 7,5% por parte da Teixeira Duarte, em 2018, impedindo a entrada da Companhia de Investimento China-Portugal Global, Limitada. Nessa altura, a Teixeira Duarte chegou a anunciar ter celebrado um contrato-promessa para alienar as 375.000 ações que detinha na empresa àquele grupo chinês, mas a Vinci e a Mota-Engil acabaram por exercer o direito de preferência pagando os mesmos 23,3 milhões de euros que tinham sido acordados.