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Metro de Telavive e desvalorização de imóveis penalizam contas da SDC em 67 milhões

A empresa que detém um terço da Soares da Costa diz que o impacto negativo nas contas não põe em causa a reestruturação em curso no passivo da empresa. Nos primeiros nove meses, a empresa tinha lucrado 6,1 milhões.

02 de Março de 2016 às 18:33
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As contas da SDC Investimentos do ano passado foram negativamente afectadas por custos extraordinários de 67 milhões de euros decorrentes de perdas numa obra da empresa em Israel e da desvalorização de património imobiliário da companhia.

Num comunicado enviado esta quarta-feira, 2 de Março, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SDC Investimentos refere que estão em causa 33 milhões de euros de perdas no investimento feito pelo consórcio MTSMetropolitan Transportation Solutions (em que a SDC tem uma posição de 20%) no contrato de concessão do metro de Telavive.

Esse custo teve de ser imputado depois de o Estado de Israel ter resolvido o contrato, alegando não ter sido concretizado o seu fecho financeiro, e de o tribunal arbitral ter dado razão às autoridades israelitas. Em Novembro passado, quando comunicou o diferendo ao mercado, a SDC já dava por perdido o investimento feito no projecto.

Os restantes 34 milhões de euros, explica o comunicado, decorrem da "actualização do valor de mercado de activos imobiliários" na carteira da empresa, como o edifício das antigas sedes da sociedade e da Sociedade de Construções Soares da Costa, especifica.

Os encargos foram registados nas contas do último trimestre do ano e o conselho de administração da SDC Investimentos entende que este impacto extraordinário "não prejudica os objectivos de concretização da reestruturação do passivo financeiro que a administração continua a desenvolver".

Nos primeiros nove meses do ano a gestora de participações sociais liderada por Castro Henriques apresentou lucros de 6,1 milhões de euros, recuperando dos prejuízos de 5,5 milhões de euros no período homólogo, para o que contribuiu a venda da Indáqua à Mota-Engil e Talanx.

As contas de todo o ano 2015 deverão ser apresentadas em 7 de Abril próximo, de acordo com o calendário financeiro do site da empresa.


Em Novembro, a empresa assinou um acordo para reestruturar dívida de 150,4 milhões de euros com o BCP, a CGD, o CCCAM, o BPI, o Banco Popular, o Banif, o Novo Banco e a Lisgarante. 


A SDC Investimentos é controlada por Manuel Fino e detém 33,3% da Soares da Costa, Construção, que anunciou em Dezembro um despedimento colectivo de cerca de 500 trabalhadores, justificado pela crise económica e financeira instalada em Portugal e em Angola, o principal mercado do grupo.


Os títulos da SDC fecharam a sessão a cair 3,7% para os 2,6 cêntimos.

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