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Lucros da Mota-Engil disparam para 64 milhões com venda da Tertir

Os resultados líquidos da construtora aumentaram 1.783,1% no primeiro trimestre de 2016, influenciados pela venda do negócio portuário e de logística - por 245 milhões de euros - que gerou uma mais-valia de 63 milhões de euros.

Bruno Simão/Negócios
24 de Maio de 2016 às 07:12
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A Mota-Engil fechou o primeiro trimestre de 2016 com lucros de 64 milhões de euros, um disparo de 1.783,1% em relação ao período homólogo de 2015 (quando os resultados tinham sido de 3,39 milhões de euros), com as contas a serem positivamente influenciadas pela venda do negócio portuário e de logística. A alienação da Tertir - registada por 245 milhões de euros - gerou uma mais-valia de 63 milhões de euros, refere a apresentação de contas do primeiro trimestre, enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários esta terça-feira, 24 de Maio.

Os lucros ficaram, ainda assim, abaixo do que esperado pelos analistas. No caso do Caixa BI, eram esperados resultados líquidos superiores a 100 milhões de euros, impulsionados também pela venda do negócio aos turcos da Yildirim. Excluindo o efeito da venda, os resultados antes de impostos teriam ficado em 7,09 milhões de euros, que compara com 19,2 milhões um ano antes.

O negócio da Tertir também permitiu melhorar a situação da dívida da empresa, que caiu 211 milhões de euros em relação ao último trimestre de 2015, depois do encaixe da venda. A 31 de Março, a dívida líquida da Mota-Engil, liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto), era de 1.244 milhões de euros.

As vendas da empresa cifraram-se em 509,78 milhões de euros entre Janeiro e Março, um aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os mercados da América Latina e Europa registaram os maiores crescimentos (28% e 6%, respectivamente).

África registou uma queda de 19 milhões de euros no volume de negócios, para 168 milhões, devido à "degradação da envolvente macroeconómica, principalmente em Angola". Em Moçambique, as vendas cresceram 4%.

Na América Latina, concretamente no México, a empresa refere ser o primeiro operador privado de geração de energia eléctrica no mercado liberalizado, o que já lhe rendeu 9 milhões de euros em receitas no trimestre. A empresa espera facturar mil milhões de euros na América Latina este ano.

No caso da Europa, que contribuiu para cerca de um terço das vendas, a aquisição da EGF ao Estado veio aumentar o peso da área de ambiente e serviços da companhia, ao passo que a engenharia e construção perderam terreno.

Contudo, a compra da EGF, devido ao aumento das amortizações, levou o EBIT (ganhos antes de juros e impostos) a ceder 37% para 21 milhões de euros. As empresas da EGF foram também responsáveis por 20% do investimento realizado entre Janeiro e Março, que ainda assim caiu para 14 milhões de euros em função do elevado investimento já feito nos anteriores trimestres, justifica a companhia. 

O EBITDA (ganhos antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) aumentou 4,5% para os 68 milhões de euros. 

No final do primeiro trimestre, a empresa tinha uma carteira de encomendas de cerca de 4 mil milhões de euros, mais de três quartos fora dos mercados europeus. Só a América Latina representa 48%.

A empresa reafirma a proposta na assembleia-geral de dia 25, quinta-feira, de distribuição de dividendo de cinco cêntimos por acção, num montante total de 11.875.257,5 euros. 

(Notícia actualizada às 7:39 com mais informação)
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