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Sonae vai recorrer da multa da Autoridade da Concorrência

A companhia liderada por Paulo Azevedo vai contestar a multa de 9,6 milhões de euros na justiça. Luis Reis confessa que a Sonae “está perplexa” com a decisão, a qual “revela total desconhecimento da realidade económica”.

Paulo Duarte
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A Sonae vai recorrer da multa da Autoridade da Concorrência (AdC). A empresa de distribuição considera que a decisão é "incompreensível, surpreendente, manifestamente errada e desconforme com a lei".

O total da multa ascende a 38,3 milhões de euros, com 9,6 milhões de euros a caberem à Sonae e o restante valor a ser imputado à EDP.

"A Sonae e as suas participadas repudiam firmemente esta decisão e irão impugná-la judicialmente, aguardando serenamente pelo respectivo desfecho e estando convictas de que os tribunais não deixarão de lhes dar razão e de as absolver de qualquer ilegalidade", diz a Sonae em comunicado divulgado esta sexta-feira, 5 de Maio.


"A Sonae e as suas participadas estão absolutamente seguras de não ter adoptado qualquer comportamento ilícito ou minimamente censurável face às leis da concorrência ou quaisquer outras", argumenta a empresa liderada por Paulo Azevedo.

Ao Negócios, Luís Reis, Chief Corporate Center Officer da holding, confessou que "a Sonae está perplexa com esta decisão" e considera que "revela total desconhecimento, por parte da AdC, da realidade económica".

O responsável sublinhou que a Concorrência teve conhecimento das cláusulas contratuais "desde o início" da parceria entre as duas empresas, que arrancou em 2012. "Se tinha qualquer dúvida, era nessa altura que devia ter actuado, não cinco anos depois", referiu.

Além disso, Luis Reis acusa a AdC de "ignorar a ERSE", regulador do sector da energia, relembrando que durante o processo de investigação consultaram a ERSE, a qual não se opôs à parceria.

O responsável sublinhou ainda por diversas vezes que este tipo de cláusulas de exclusividade "é normal" neste género de contratos. "É uma prática comum de mercado".

Por estas razões, não concorda com a acusação da AdC, defendendo ainda que, na prática, "a Sonae foi agente da EDP, a relação contratual manteve-se entre a EDP e o cliente". E a Sonae nunca quis entrar no mercado de comercialização de enrgia, nem a EDP no sector de distribuição, concluiu.

O Plano EDP Continente teve uma adesão de 146 mil consumidores durante o ano de 2012, e segundo os dados da dona do Continente foi distribuído mais de um milhão de cupões de desconto, que totalizaram um valor de 6,7 milhões de euros.


(Notícia actualizasa às 17:11)

 

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