O antigo CEO da Tesco, Philip Clarke, vai ser ouvido pelas autoridades britânicas de combate à fraude (Serious Fraud Office) numa altura em que a conclusão da investigação ao buraco nas contas da empresa de retalho britânica está próxima. A Bloomberg escreve que o antigo líder da empresa – que abandonou o cargo em Agosto do ano passado – foi chamada a comparecer perante o Serious Fraud Office, o que significa que qualquer depoimento que preste pode ser usado como prova.

Em Outubro do ano passado, foi revelado que o "buraco" contabilístico da retalhista britânica era maior do que o previsto. Os resultados da empresa foram empolados em 263 milhões de libras (quase 360 milhões de euros), sendo que mais de metade deste valor é anterior a 2014, escrevia na altura a Bloomberg. As autoridades de combate à fraude deram início à investigação em Outubro do ano passado.

O jornal britânico The Guardian conta ainda que, pouco depois de ter chegado ao cargo, Dave Lewis foi alertado para a possibilidade de irregularidades nas contas.

Em Abril deste ano, foi revelado que a Tesco registou um prejuízo de 5,74 mil milhões de libras (mais de 7,8 mil milhões de euros) no ano fiscal que terminou em 28 de Fevereiro, devido à amortização do valor de activos imobiliários ao défice do fundo de pensões. Só na reavaliação do valor das suas lojas a Tesco registou um prejuízo de 4,7 mil milhões de libras (6,5 mil milhões de euros). Já o défice do fundo de pensões agravou-se em 1,3 mil milhões de libras (1,8 mil milhões de libras).

Entretanto, no final de Maio de 2015 foi noticiado que a retalhista iria ter de enfrentar uma acção judicial dos accionistas por causa do escândalo contabilístico.