Na primeira entrevista que deu desde que assumiu a liderança do Banco Espírito Santo, Vítor Bento não quis revelar detalhes do plano de reestruturação que vai implementar no Novo Banco, mas admitiu que este precisa de um "redimensionamento".

Isto porque, salientou, o Novo Banco tem um balanço que é 80% do antigo BES e é preciso "ajustar a estrutura de custos".

Questionado se esse redimensionamento significaria eliminar balcões e reduzir o número de postos de trabalho, Vítor Bento respondeu "é provável". Contudo, alertou que "o meu tempo" para delinear o plano de restruturação do Novo Banco começou na segunda-feira, 4 de Agosto, pois foi nesse dia que a instituição foi criada, depois da divisão do BES em duas instituições financeiras (uma com os activos de qualidade e outar com os activos tóxicos).   

"Está em curso um plano de reestruturação" que irá "desencadear medidas que vão ser aplicadas", mas "não consigo dar quantificação", disse Vítor Bento na entrevista à SIC. Sobre quando é que este plano estará pronto, Vítor Bento disse não ter "timing' exacto", mas espera que possa ser apresentado "entre um a três meses".

O presidente do Novo Banco afirmou que um dos seus esforços passa por mostrar que o banco é "viável". Um outro desafio é tornar o Novo Banco rentável, mas isso "vai levar o seu tempo".

O Novo Banco recebeu uma recapitalização de 4.900 milhões de euros, o que é um valor "suficiente" para a sua dimensão actual. Contudo, "todas as variáveis são dinâmicas" e a "realidade entre activos e capital é dinâmica", advertiu.