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Vieira da Silva: "Governo nunca empurrou a Santa Casa para coisa nenhuma"
Vieira da Silva admite que iniciou, mas não se envolveu posteriormente, no dossiê da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa sobre o Montepio. O ministro garante que nada "irá beliscar" a acção social" da entidade liderada por Edmundo Martinho.
O ministro do Trabalho e da Segurança Social, José Vieira da Silva, voltou a rejeitar ter determinado o investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio. "O Governo nunca empurrou a Santa Casa para coisa nenhuma".
Segundo declarou Vieira da Silva aos deputados da comissão de Trabalho e Segurança Social esta quarta-feira 17 de Janeiro, o eventual investimento na caixa económica foi iniciado pelo Governo, com a colocação da hipótese ao então provedor, Pedro Santana Lopes, e o seu vice (actual líder), Edmundo Martinho.
O ministro esclareceu que deu início ao processo, mas recusa qualquer envolvimento posterior. Foram "desenvolvidas um conjunto de iniciativas, que foram conduzidas pelas entidades interessadas, sem participação directa ou indirecta de mim próprio ou de alguém do meu gabinete, ou do Governo".
Nesse sentido, sublinhou o governante com a tutela tanto da Santa Casa como da mutualista do Montepio - a dona da caixa económica -, o Executivo não dispõe de elementos sobre os valores do negócio. "Não tenho conhecimento do valor que possa eventualmente nascer de uma eventual associação entre estas duas instituições", frisou.
"Não tenho nenhuma informação de qualquer espécie de recusa de uma das partes", afirmou Vieira da Silva, respondendo a uma questão noticiada pelo Público, de que a mutualista presidida por António Tomás Correia barrou informação pedida pelo Haitong, que, a pedido da Santa Casa, está a fazer uma avaliação da caixa económica.
Acção social não estará em causa
O valor máximo em cima da mesa é 200 milhões de euros, que o provedor Edmundo Martinho já assumiu que nunca será o real. A importância representa perto de 30% do montante do activo da Santa Casa. Contudo, Vieira da Silva recusa que a utilização de tais disponibilidades possam afectar o trabalho da misericórdia.
O ministro garantiu que nada "porá em causa ou sequer irá beliscar as verbas que, por lei, estão definidas para a acção social".
O ministro foi chamado ao Parlamento para esclarecer os "contornos" do negócio através do qual a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa admite investir até 200 milhões de euros para ficar com um máximo de 10% do capital da Caixa Económica Montepio Geral. Foi a segunda vez que Vieira da Silva foi convocado para explicar aos deputados.