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Vieira da Silva argumenta que separação radical no Montepio pode ter riscos

As orientações que visam a distinção dos produtos comercializados pela caixa económica do Montepio e dos produtos mutualistas fazem sentido. Contudo, não se pode apagar a “associação histórica”. Isso teria “riscos”.

17 de Janeiro de 2018 às 10:43
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Uma separação abrupta entre a Caixa Económica Montepio Geral e a sua accionista única, a Montepio Geral – Associação Mutualista, terá riscos, segundo defende o ministro José Vieira da Silva.

 

De acordo com as declarações proferidas na audição da comissão parlamentar do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva diz que há uma "associação história que não se consegue apagar" entre as duas entidades. Fazê-lo, argumentou, "teria riscos para as duas instituições". "Julgo que esse não seja o objectivo de ninguém", frisou.

 

O Banco de Portugal tem, desde 2015, dinamizado uma distinção entre as duas entidades, obrigando a uma gestão distinta e a uma comercialização diferenciada dos produtos ora vendidos pela caixa ora vendidos pela mútua. "Creio que a associação mutualista e a caixa económica fizeram caminho no sentido de garantir essa separação".

 

"Será sempre uma autonomização relativa. Ninguém põe em causa que o titular das acções é a associação mutualista. É uma realidade indiscutível", afirmou o ministro. A Caixa Económica Montepio Geral é detida, a 100%, pela associação mutualista presidida por António Tomás Correia, que está disponível a vender uma parcela desse capital. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a estudar a possibilidade de ser compradora – um tema sobre o qual Vieira da Silva recusa qualquer pressão.

 

Segundo Vieira da Silva, a distinção dos produtos vendidos pode fazer sentido, mas assegurou que as "alterações da estratégia de marketing e do próprio desenho da divulgação de produtos" já ocorreram.

 

Conforme noticia esta quarta-feira o Negócios, a Caixa Económica Montepio Geral está comprometida a apresentar medidas adicionais para concretizar a execução da separação entre as duas entidades.

 

O ministro foi chamado ao Parlamento para esclarecer os "contornos" do negocio através do qual a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa admite investir até 200 milhões de euros para ficar com um máximo de 10% do capital da Caixa Económica Montepio Geral. Foi a segunda vez que Vieira da Silva foi convocado para explicar aos deputados. 

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