Notícia
Venda de filiais tem impacto superior a um ponto no capital da CGD
O banco estima o efeito nos fundos próprios e confirma a estimativa do Negócios de que as alienações na Espanha e África do Sul, que aguardam o aval dos reguladores, vão gerar mais-valias a rondar 200 milhões de euros.
A Caixa Geral de Depósitos confirmou esta segunda-feira, 26 de Novembro, que a venda das filiais em Espanha e na África do Sul deverá gerar mais-valias da ordem dos 200 milhões de euros, tendo em conta as provisões registadas nas contas da CGD essencialmente em 2017, para ajustar o valor de balanço daquelas entidades. "Ainda assim, a alienação representa uma perda face ao valor bruto das participações", acrescenta o banco público.
Em comunicado enviado à CMVM, a entidade liderada por Paulo Macedo faz também as contas ao impacto no capital da CGD do negócio fechado com o Abanca para comprar o espanhol Banco Caixa Geral e com o Capitec para ficar com o sul-africano Mercantile, apontando que "a alienação deverá significar um aumento superior a um ponto percentual nos fundos próprios da CGD, resultantes da conjugação da mais-valia gerada e da diminuição dos activos ponderados pelo risco".
No Conselho de Ministros da semana passada, o Governo seguiu as escolhas da gestão do banco, alienando as acções do banco africano por um preço global de 3.200 milhões de rands sul-africanos (cerca de 201 milhões de euros, considerando uma taxa de câmbio EUR/ZAR de 15,9) e a filial do país vizinho por 364 milhões de euros. A redução do portefólio internacional é um dos objectivos do plano estratégico traçado pela administração.
O banco recorda que o impacto total da operação ainda pode ser diferente dos valores agora estimados. É que, por um lado, os preços estão "sujeitos a ajustamentos decorrentes da variação patrimonial" das duas instituições "entre a data de referência estabelecida nos acordos de venda directa e o último dia do segundo mês anterior à respectiva data da sua efectiva alienação".
Por outro lado, nesta nota em que confirma as contas feitas pelo Negócios na semana passada, ressalva também que a concretização destes ganhos depende das habituais autorizações regulatórias por parte das autoridades de Espanha e África do Sul. Países onde o banco detido pelo Estado português assinou acordos de cooperação comercial para continuar a dar apoio aos clientes que ali residem ou operam através dos dois compradores.