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CGD assina parcerias comerciais com compradores em Espanha e África do Sul

A Caixa Geral de Depósitos recebe 565 milhões de euros pelas vendas das filiais em Espanha e África do Sul. Liberta capital, reduz o perfil de risco e a presença internacional.

# Porque Sobe - Conseguiu vitórias junto de Bruxelas. Primeiro, reduziu o risco - e, daí, o custo - da dívida que tinha de emitir na recapitalização. Depois, assegurou a manutenção da sucursal em França. Conquistas com que terá de compensar com mais corte de malparado e com redução da exposição em Cabo Verde e Moçambique. Voltou aos lucros um ano antes do antecipado, e resolveu créditos como os de Vale do Lobo e da Artlant. Mas o plano de diminuição da estrutura continua. E há um Santander atento.
António Cotrim/Lusa
22 de Novembro de 2018 às 17:06
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A Caixa Geral de Depósitos vai assinar parcerias comerciais com o Abanca, em Espanha, e com o Capitec, na África do Sul, os dois compradores dos bancos que está a vender naqueles mercados.

 

"Serão celebrados acordos de cooperação comercial entre a CGD e o Capitec Bank Limited e entre a CGD e a Abanca Corporación Bancária, S.A., que permitirão continuar a dar apoio aos clientes da CGD que residem ou operam nesses mercados", assinala o banco liderado por Paulo Macedo, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 

"continuidade do relacionamento e cooperação comercial com a CGD e os seus clientes" era um dos critérios para a escolha dos compradores das filiais do grupo português, a par do projecto estratégico proposto, do preço oferecido e das condicionantes. 
 

O Governo seleccionou o Abanca, em Espanha, e o Capitec, na África do Sul, para ficarem com as instituições financeiras que pertencem à Caixa Geral de Depósitos, seguindo aquelas que eram as propostas da administração do banco público, conforme o Negócios tinha noticiado.

 

O maior encaixe para o banco público vem do Banco Caixa Geral. "A participação na Mercantile Bank Holdings Limited será alienada por um preço global de 3.200 milhões de rands sul-africanos, cerca de 201 milhões de euros (considerando uma taxa de câmbio EUR/ZAR de 15,9) e a participação no Banco Caixa Geral, S.A. será alienado por um preço global de 364 milhões de euros". Ao todo, as operações rendem 565 milhões de euros. 

 

De qualquer forma, explica a instituição, como habitualmente, "estes valores estão sujeitos a ajustamentos decorrentes da variação patrimonial da Mercantile Bank Holdings Limited e do Banco Caixa Geral, S.A., respectivamente, entre a data de referência estabelecida nos acordos de venda directa e o último dia do segundo mês anterior à respectiva data da sua efectiva alienação".

 

Depois da selecção dos compradores (o Abanca foi escolhido do grupo de três compradores, o Capitec venceu dentro de um conjunto de quatro entidades), as alienações ficam sujeitas "à verificação das habituais condições suspensivas, incluindo as regulatórias aplicáveis, e às formalidades de direito sul-africano, no caso da Mercantile Bank Holdings Limited, e de direito espanhol, no caso do Banco Caixa Geral, S.A". 

 

A CGD está a vender unidades no estrangeiro, a que se vai juntar o Brasil e uma redução do peso em Cabo Verde e Moçambique, por conta do plano estratégico negociado pelo Estado e Bruxelas devido à capitalização de 4,9 mil milhões de euros recebida em 2017.

 

Além da racionalização da presença internacional, com estas vendas, o banco consegue libertar capital (permitindo focá-lo noutros recursos) e reduzir o seu perfil de risco, ao deixar de ter uma exposição tão forte às duas economias, sendo que, em Espanha, a Caixa foi acumulando um longo historial de perdas, que a Sábado noticiou ascender a mil milhões de euros.

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