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Seis explicações para os resultados do Novo Banco

As contas do Novo Banco mostram uma melhoria no balanço, tendo em conta a recuperação dos depósitos, a maior cobertura por provisões e a preservação da solidez. Mas o aumento das provisões para crédito e títulos ditaram os prejuízos de 468 milhões.

Bruno Simão/Negócios
10 de Março de 2015 às 00:01
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1 - Solidez reforçada com saída da Goldman

 

A decisão do Banco de Portugal de reenviar para o BES um crédito da Oak Finance ao banco, por defender ser um financiamento da Goldman Sachs (accionista qualificado), ajudou a reforçar a solidez do Novo Banco. A instituição ganhou uma folga de 1,1 pontos percentuais no seu rácio de capital que, no final do ano, se situou em 9,6%. Com o regime de créditos fiscais (DTA), que entrou em vigor em Janeiro, o rácio seria de 9,8%.

 

9,6%: Rácio de solidez
Novo Banco terminou ano com nível de solidez de 9,6%, acima do mínimo de 8%.

 

 

2 - Resolução fez subir crédito malparado

 

Na sequência da resolução do BES, alguns clientes do NB depararam-se com "apertos de liquidez" que levaram a um aumento do incumprimento de crédito, explicou o administrador Vítor Fernandes. Esta foi uma das razões que ditaram o registo de imparidades de crédito de 378,1 milhões de euros. A maior parte das provisões resultou da deterioração da carteira de crédito (o crédito em risco subiu para 16,5%) e da queda de colaterais.

 

16,5%: Crédito em risco
O nível de crédito em risco subiu para 16,5%, um aumento face aos 13,5% de Agosto.

 

 

3 - Depósitos subiram 8% e pagam apoio da ELA
 

Os depósitos do NB subiram 8% para 26.626 milhões entre o início de Agosto e o final de 2014. Só no último trimestre, o banco recuperou 4.222 milhões neste tipo de aplicações. A recuperação dos depósitos permitiu reduzir a exposição ao BCE de 13,5 mil para 8,5 mil milhões, incluindo o reembolso da totalidade dos apoios de liquidez de emergência (ELA) de que o banco necessitou após a resolução. 

 

2.009: Mais depósitos
Face a Agosto, o NB aumentou depósitos em 2.009 milhões, uma subida de 8%.

 

 

4 - Mais equilíbrio entre depósitos e crédito

 

O aumento dos depósitos e a redução do crédito (menos 3,8% para 40 mil milhões de euros) permitiram um maior equilíbrio entre estes dois indicadores. O rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em 126%, quase menos 30 pontos percentuais do que no final de Setembro. Esta queda reflecte já a venda do BESI que, por si só, permitiu uma redução do rácio de transformação de cinco pontos percentuais.

 

126%: Transformação
O rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em 126%.

 

5 - Panamá penalizou contas em 64 milhões

 

Através de uma subsidiária sediada fora de Portugal – e, por isso, não abrangida pela resolução –, o Novo Banco ainda tem exposição ao ES Bank Panamá, banco que era do GES. Para este risco ficar coberto a 100%, foi necessário reforçar as imparidades em 63,7 milhões, explicou o administrador Jorge Cardoso. No balanço de abertura, o nível de provisionamento era de 80%. O reforço posterior penalizou as contas de 2014.

 

63,7: Provisão extra
A exposição ao banco do GES no Panamá exigiu uma provisão extra de 63,7 milhões.

 

6 - Queda da PT e da Oi levou 108 milhões
As participações na PT e na Oi obrigaram o Novo Banco a registar imparidades de 108,4 milhões, devido à queda das acções desta empresa. Tendo em conta o esforço de provisionamento realizado no balanço de abertura, esta exposição está coberta com imparidades totais de 310 milhões. Em Agosto, quando o NB recebeu estas acções, as participações estavam avaliadas em 421,6 milhões. A 31 de Dezembro valiam 85,6 milhões.

 

310: Imparidades PT/Oi
No balanço inicial e no final do ano, o NB fez imparidades de 310 milhões para a PT/Oi.

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