A Moody’s publicou esta segunda-feira, 16 de Março, um relatório com a análise aos resultados do Novo Banco, onde destaca pela negativa a persistência da fraqueza na qualidade dos activos e na rentabilidade do banco.

"Os resultados são negativos para o banco pois colocam em causa a capacidade de gerar capital a partir de fontes internas", refere o relatório.

O Novo Banco anunciou a 9 de Março que registou prejuízos de 467,9 milhões de euros entre Agosto e Dezembro do ano passado, com as imparidades para crédito e as participações na PT e na Oi a penalizarem as contas do banco que foi constituído no Verão passado depois da resolução do BES.

A Moody’s assinala que a "persistência de indicadores financeiros de fraca qualidade evidenciam o desafio que o Governo português vai enfrentar em recuperar a totalidade do empréstimo concedido ao Fundo de Resolução com a venda do Novo Banco, diz a agência de notação financeira".

O Estado português concedeu um empréstimo de 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução, que depois injectou 4,9 mil milhões de euros no Novo Banco, estando nesta altura a decorrer a fase de venda do banco, que está a ser disputada por 17 instituições financeiras.

A Moody’s assinala que o crédito malparado no Novo Banco aumentou 17,3%, o que conjugado com uma descida de 3,8% no crédito concedido, resultou num agravamento do rácio do malparado para 16,5% no final de 2014, o que se situa acima da média do sector de 11,4%.

"Esta prestação negativa reflecte os desafios que persistem na qualidade dos activos do Novo Banco, apesar de quando a instituição foi criada os activos mais problemáticos ficaram no BES", refere a Moody’s, que mostra também preocupação com a capacidade da instituição em manter a sua base de capital.

Ainda assim a Moody’s destaca que o Novo Banco conseguiu manter os rácios de capital estáveis e que apesar das últimas notícias serem negativas, o "rating" do banco continua em revisão para possível melhoria.

A notação financeira está actualmente em "B2" e pode ser revista em alta "se ficar claro que o Novo Banco está totalmente protegido das exposições problemáticas e responsabilidades relacionadas com a insolvência do BES" e "se for eliminado o elevado grau de incerteza relacionado com o perfil de crédito do banco".