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Santander abre porta a solução para pequenos accionistas do Popular

Na resolução do Popular, que passou pela venda ao Santander, os accionistas perderam tudo. O grupo liderado por Ana Botín avança que está a analisar "todas as situações", mas que não será para todos.

Reuters
15 de Junho de 2017 às 09:05
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O Santander antecipa que pode vir a encontrar uma solução para minimizar as perdas dos accionistas do Banco Popular, comprado a um euro há uma semana no âmbito de uma medida de resolução. Contudo, não parece disponível que seja uma solução para todos os accionistas, mas apenas para os pequenos.


O vice-presidente do Santander Espanha, Juan Manuel Cendoya, anunciou ontem, segundo está publicado na imprensa espanhola, que é possível estudar uma solução para alguns accionistas, que perderam tudo na resolução do Popular.

 

"Em relação aos accionistas do Banco Popular, o mecanismo de resolução contempla que as acções sejam amortizadas, o que implica a perda do seu valor. Esta é uma decisão das autoridades, prévia à compra do banco pelo Santander. Não obstante, Ana Botín (na foto) já disse que vamos analisar bem todas as situações para ver que soluções podem ser tomadas com os pequenos accionistas que são clientes do banco e que foram ao aumento de capital do Popular há um ano", indica Cendoya, citado pelo espanhol Expansión.

 

Não são avançados dados mais concretos, mas o também jornal espanhol Cinco Días concretiza que a solução que está a ser estudada pelos serviços jurídicos do Santander, em conjunto com a Comissão Europeia, tem como alvo os investidores que capitalizaram o Popular no aumento de capital realizado em Junho de 2016. Também houve trabalhadores do Popular a investir dinheiro nas suas acções, pelo que são agora funcionários do Santander.

 

Não está definido que tipo de compensação está a ser pensado – o vice-presidente do banco só antecipa dados mais concretos "nos próximos dias" –, mas o Cinco Días indica que pode passar pela entrega de acções do Santander aos referidos accionistas do Popular ou pela oferta de produtos de elevada remuneração.

 

Em Portugal, a quando a resolução do Banif, na qual o Santander Totta também foi chamado a ficar com o banco, a instituição liderada por Vieira Monteiro ofereceu uma solução não para os accionistas do Banif, mas para os detentores de dívida subordinada, em que previa a recuperação de até 75% do capital investido. Contudo, a procura foi reduzida, e há investidores que continuam ainda a reclamar a devolução do valor.

 

Evitar luta jurídica

 

A procura do banco liderado por Ana Botín por uma solução para os accionistas pode evitar alguma luta jurídica. O Cinco Días fala em inúmeras acções judiciais por parte de pequenos accionistas, que pretendem colocar processos não só contra a gestão do anterior presidente do Popular, Ángel Ron, como também do seu sucessor, Emilio Saracho. Contudo, também os organismos europeus podem ser visados, nomeadamente o Conselho Único de Resolução, a autoridade com competências para solucionar os problemas bancários na Zona Euro e que determinou a resolução do Banco Popular, com venda por um euro ao Santander.

 

No entanto, a Europa Press cita a Associação Espanhola de Accionistas Minoritários de Empresas Cotadas (Aemec) que, embora deixando considerações negativas, defende que tem de avançar com as acções judiciais para exigir responsabilidades às autoridades. 

Depois da fuga de depósitos, que o Banco Popular não teve meio de estancar por ter esgotado todas as linhas de ajuda europeias, o Banco Central Europeu determinou que o banco espanhol já não era viável sem intervenção. Esse facto foi comunicado ao Conselho Único de Resolução, que determinou a resolução do banco e sua venda, por um euro, ao Santander. Foi a primeira resolução à escala europeia, já que os casos do BES e do Banif foram determinados directamente pelo Banco de Portugal, ainda antes de aquele conselho estar em funcionamento.

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