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Ex-presidente do Banco Popular pode abdicar de indemnização de 4 milhões

Emilio Saracho considera que ele próprio foi a primeira pessoa ser a enganada com a situação do Banco Popular. O ex-presidente, e dado que o seu contrato de quatro anos não foi cumprido, tinha direito a uma indemnização de quatro milhões.

DR/Banco Popular
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"O primeiro enganado com [a situação] do Banco Popular sou eu". As palavras são de Emilio Saracho, mas não foram proferidas em declarações ao jornal espanhol El Mundo, que publica a notícia, mas a pessoas próximas, que as relataram ao jornal.

Saracho tomou posse como presidente do Banco Popular em Fevereiro deste ano. O ex-líder do banco tem dito que a situação financeira do Popular (que na semana passada foi adquirido pelo Santander por um euro) quando chegou ao cargo era pior do que previsto, o que o levou a tomar decisões duras. Assume que "preferiu sempre dizer a verdade", embora considere que poderia ter comunicado melhor, nomeadamente após o encontro de accionistas de 10 de Abril.

Nesta altura, o líder da instituição sinalizou que a instituição precisava de um novo reforço de capital e, tendo em conta a situação do banco, voltou a falar na hipótese de uma fusão.


O antigo presidente do Banco Popular, aos mais próximos, admite agora que está desiludido com a sua própria actuação e, posto isto, decidiu abdicar da sua indemnização. O El Mundo explica que, quando Saracho entrou para o banco assinou um contrato de quatro anos. Recebeu logo quatro milhões de euros brutos. E teoricamente teria direito a outros quatro milhões de euros de indemnização dado que o seu contrato não foi concluído. Montante, diz, do qual vai abdicar. O Santander já terá sido informado.

O jornal acrescenta que Saracho vai estar ligado ao Santander durante os próximos três meses enquanto assessor, acreditando que o seu trabalho vai ser útil neste processo de transição. Findo este período pretende sair.

Emilio Saracho demitiu-se enquanto presidente do Popular quando pediu a medida de resolução ao Mecanismo Único de Supervisão do banco por falta de liquidez, esclarece ainda o El Mundo.

Santander compra Popular por um euro

O espanhol Banco Popular foi integrado no Santander a 7 de Junho. A transferência, feita por um preço de compra de um euro, faz parte de uma medida de resolução, anunciou o Conselho Único de Resolução. 

"O Conselho Único de Resolução transferiu todas as acções e instrumentos de capital do Banco Popular Español para o Banco Santander". A afirmação consta de um comunicado do Conselho Único de Resolução, depois de o Banco Central Europeu ter determinado que a instituição financeira não era viável. 

 

Segundo a nota, o Banco Popular vai "operar sob condições de negócio normais como um membro solvente e com liquidez do Grupo Santander com efeito imediato". A aquisição foi feita no âmbito de uma medida de resolução.

 

BCE abriu caminho para resolução

A decisão do Conselho Único de Resolução foi tomada depois de o Banco Central Europeu, o supervisor único da Zona Euro, determinar que o Popular estava em insolvência ou em risco de entrar em insolvência ("failing or likely to fail") – na prática, esta é a designação usada pela autoridade europeia para definir quando os bancos não são viáveis.

 

"A deterioração significativa da situação de liquidez do banco nos últimos dias levou à determinação de que a entidade seria, no futuro próximo, incapaz de pagar as suas dívidas e outras responsabilidades", escreve a instituição presidida por Mario Draghi, que reencaminhou depois a informação para o Conselho Único de Resolução, que é quem tem a autoridade sobre as medidas de resolução.

 

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