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“Ronaldo da banca de investimento” recebeu “olá dourado” de 20 milhões ao entrar no UBS

Andrea Orcel ingressou no suíço UBS no ano passado e auferiu, à entrada, um bónus de 25 milhões de francos suíços (20,2 milhões de euros). Um tema que reacende o debate em torno das remunerações na banca.

14 de Março de 2013 às 16:16
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O UBS pagou ao responsável da sua banca de investimento, Andrea Orcel, um “olá dourado” de 25 milhões de francos suíços. Orcel é conhecido como “Ronaldo da banca de investimento” por ser uma das “estrelas” deste segmento do mundo financeiro.

 

Na expressão original, “golden hello” é um bónus que uma empresa paga a um funcionário de uma rival que contrata além das remunerações habituais. Orcel foi contratado pelo UBS no ano passado depois de uma carreira de 20 anos no Bank of America Merrill Lynch.

 

Nessa operação, foi-lhe oferecido um prémio que, com uma parte denominada em dólares e uma outra sob forma de acções (cotadas em francos suíços), ascende a perto de 25 milhões de francos suíços (20,2 milhões de euros), indica o relatório anual da instituição publicado esta quinta-feira, 14 de Março. O prémio, que será distribuído em três partes em 2013, 2014 e 2015, pretendia compensá-lo dos bónus que o banqueiro auferia no banco em que trabalhava anteriormente.

 

Orcel tinha sido já notícia quando, em Janeiro, disse aos deputados britânicos, numa comissão sobre a manipulação das taxas interbancárias Libor, que a banca se tinha, provavelmente, tornado “muito arrogante” por estar “convencida” de que estava a fazer as coisas certas. Foi aí, nessa comissão, que lhe chamaram de “Ronaldo da banca de investimento”, numa referência ao português Cristiano Ronaldo, dada a ideia de que era uma "estrela" naquele mercado. Na comissão, também se referiram ao banqueiro como um “viciado em negócios” (por ter estado envolvido em grandes operações de mercado).

 

A remuneração de Orcel, que está a ser noticiada pelos vários jornais internacionais de economia, vem reacender o debate em torno dos tectos que os suíços pretendem colocar às remunerações dos empresários – além da necessidade de aprovação dos accionistas para serem estabelecidas as remunerações dos executivos, o objectivo passa por impedir também os “olás” e “adeus” dourados.

 

Apesar do valor pago a Orcel, o montante global dos bónus pagos pelo UBS caíram 7%, segundo o FT, tendo em conta que a força de trabalho na banca de investimento foi cortada, para que o banco tivesse capacidade financeira para pagar a coima imposta por ter estado envolvido na manipulação da taxa Libor.

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